Folha de S. Paulo


Termina eleição para escolher novo presidente de Angola

Marco Longari/AFP
Homem vota em Luanda, capital de angola, na eleição presidencial no país
Homem vota em Luanda, capital de angola, na eleição presidencial no país

Angola realizou nesta quarta-feira (23) eleições para escolher um novo presidente após 38 anos. As urnas fecharam às 18h locais (14h de Brasília).

Alguns locais que tiveram problemas e começaram com atraso continuaram abertos por mais tempo.

A expectativa é que as primeiras parciais sejam divulgadas apenas na sexta-feira (25). Os resultados oficiais podem demorar até duas semanas, já que as urnas precisarão ser levadas do interior do país até os centros eleitorais para a contagem das cédulas.

Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, que está em Angola como observador internacional para as eleições, disse que não houve registros de problemas. "Temos bons indícios de que estas eleições serão pacíficas", disse ele segundo a imprensa local.

A eleição será feita de forma indireta. A população vota nos partidos que vão compor a nova assembleia nacional. O líder do partido mais votado vira presidente.

O favorito para o cargo é o atual ministro da Defesa, João Lourenço, 63 do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), partido no poder desde a independência de Portugal, em 1975.

O maior adversário dele é Isaías Samakuva, 71, líder da Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola), principal força de oposição.

CRISE

O atual presidente, José Eduardo dos Santos, 74, que apoia Lourenço, votou nesta manhã na capital, Luanda. Ele anunciou em 2016 que deixaria o cargo, no qual está há 38 anos. Ele continua, porém, a frente do MPLA.

Santos é considerado o responsável por transformar Angola em um dos maiores produtores de petróleo e erguer vistosos projetos de infraestrutura.

Ao mesmo tempo, parentes seus acumularam fortunas enquanto um terço da população ainda vive com menos de US$ 2 por dia, segundo o Banco Mundial. A filha mais velha do presidente, Isabel, é a mulher mais rica da África, com fortuna de US$ 2,3 bilhões, segundo o índice de bilionários Bloomberg.

A queda do preço do petróleo também atingiu o país. Após 14 anos seguidos de alta, o crescimento de Angola de zero no ano passado e a inflação está na casa dos 30% ao ano.

Angola vai às urnas
Angola vai às urnas

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