Folha de S. Paulo


Odebrecht assina acordo de US$ 220 mi no Panamá, o mais caro no exterior

A Procuradoria-Geral da República do Panamá anunciou na tarde desta terça (1º) o acordo definitivo firmado com a Odebrecht no valor de US$ 220 milhões (R$ 685,3 mi). A cifra é a mais alta de uma negociação firmada entre o grupo baiano e um país no exterior.

Em janeiro, a procuradora-geral do país, Kenia Porcell, comunicou em entrevista havia fechado um pré-acordo em que a empreiteira se comprometera a pagar US$ 59 milhões (R$ 183,81 mi).

O montante saltou para US$ 220 milhões porque levou em conta não só os ilícitos praticados nos Panamá, como o uso do sistema financeiro do país para pagar propinas mundo afora.

Segundo o acordo, US$ 120 milhões se referem aos ilícitos praticados no país envolvendo contratos e agentes públicos e os outros US$ 100 milhões estão ligados ao uso do sistema financeiro do Panamá.

O montante será pago em 12 anos com receitas da Odebrecht do país.

A Procuradoria do Panamá afirmou que 26 investigações já decorreram de projetos envolvendo a Odebrecht. Disse também que US$ 56 milhões já foram apreendidos entre bens e dinheiro.

Os investigadores panamenhos virão ao Brasil para coletar os depoimentos dos delatores da empresa, que ganharão imunidade no país.

Os delatores da empreiteira relatarão casos envolvendo pelo menos os governos dos ex-presidentes Martin Torrijos (2004-2009) e Ricardo Martinelli (2009-2014).

Até agora o Ministério Público do país já denunciou 43 pessoas ligadas à corrupção envolvendo a Odebrecht.

OUTRO ACORDO

Em abril a justiça da República Dominicana homologou o acordo assinado com o grupo no valor de US$ 184 milhões (R$ 573,23 mi) em oito parcelas.

Segundo informações divulgadas pelo DoJ (Departamento de Justiça americano), a Odebrecht pagou cerca de US$ 92 milhões entre 2001 e 2014 em propina no país em troca de benefícios contratuais.


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