Folha de S. Paulo


Rússia critica pressão sobre a Venezuela e defende Constituinte

Ronaldo Schemidt/AFP
O presidente da Venezuela Nicolás Maduro celebra os resultados da Assembleia Constituinte, em Caracas
Nicolás Maduro celebra os resultados da Assembleia Constituinte, em Caracas

Após a eleição da Assembleia Constituinte na Venezuela, a Rússia afirmou que é hora de evitar "outra rodada de violência" e pediu à comunidade internacional que "abandone os seus planos destrutivos" sobre o país.

Nesta segunda (31), os Estados Unidos anunciaram sanções contra o presidente Nicolás Maduro e afirmaram que a Venezuela é uma ditadura.

"Esperamos que os representantes das comunidades regionais e internacionais a quem, como se pode assumir, não querem reconhecer os resultados das eleições na Venezuela e que aparentemente desejam aumentar as pressões econômicas sobre Caracas mostrem contenção e abandonem os seus planos destrutivos, que só podem polarizar a sociedade", afirmou em comunicado o Ministério de Relações Exteriores russo.

No comunicado, o ministério lamenta o fato da oposição "não ter respondido ao chamado para participar das eleições", tentando "dificultar" o processo, o que provocou confrontos e mortes.

"Exortamos as partes da oposição a pararem com esse conflito inútil", diz trecho do comunicado.

De acordo com órgão eleitoral venezuelano, mais de 8 milhões de pessoas (41,53% do total de eleitores do país) votaram a Constituinte. Maduro comemorou a marca, que é contestada por oposicionistas.

Segundo o comunicado russo, as eleições enviam clara mensagem sobre a necessidade "há muito esperada de superar a atual crise com o diálogo, de acordo com a lei e com base na vontade do povo e sem interferência externa"

Além da Rússia, a Bolívia já havia se manifestado a favor da Constituinte.

"A vocação democrática do povo garante a união e a soberania da Venezuela, provando que o povo pode mais que as balas", disse o presidente boliviano, Evo Morales.

Nesta terça (1º), os líderes da oposição Leopoldo López e Antonio Ledezma, que estavam em prisão domiciliar, foram detidos e mandados de volta para uma penitenciária. Ambos pediam o boicote à Constituinte.


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