Folha de S. Paulo


Embora vetados, protestos contra Maduro deixam rastros em Caracas

Sylvia Colombo/Folhapress
Manchas de sangue e panos rasgados são vistos em calçada do bairro Bello Monte, em Caracas, após confrontos de manifestantes com a Guarda Nacional Bolivariana
Manchas de sangue e panos rasgados são vistos em calçada do bairro Bello Monte, em Caracas

O bairro de classe média Bello Monte, em Caracas, amanheceu neste sábado (29) com vestígios do duro enfrentamento na noite de sexta-feira (28) entre o grupo La Resistencia e a Guarda Nacional Bolivariana.

Nas calçadas, viam-se bandeiras da Venezuela rasgadas, panos empapados de vinagre, balas de borracha e panfletos, num sinal de como a cidade está sob tensão às vésperas da eleição da Assembleia Constituinte, vista pela oposição como uma forma de o presidente Nicolás Maduro sufocar os dissidentes e ganhar sobrevida política.

Os restos do confronto em Bello Monte mostram que, apesar de reduzidos em intensidade, os protestos contra Maduro continuam, mesmo com a proibição de atos imposta pelo governo.

Um restaurante tinha a mureta de concreto derrubada. Meninos mascarados, com luvas de construção, retiravam parte dos escombros.

"É para construir mais barricadas, os guardas desmontam, nós montamos de novo", disse um deles à Folha.

Sylvia Colombo/Folhapress
Manchas de sangue e panos rasgados são vistos em calçada do bairro Bello Monte, em Caracas, após confrontos de manifestantes com a Guarda Nacional Bolivariana
Manchas de sangue e panos rasgados são vistos em calçada do bairro Bello Monte, em Caracas, após confrontos de manifestantes com a Guarda Nacional Bolivariana

A reportagem perguntou o que tinha ocorrido com o rapaz cujo sangue fresco ainda se via na calçada.

"Está vivo, mas na terapia intensiva", contou outro garoto, também integrante da Resistencia, mascarado como os outros. Ele, que não quis dizer seu nome, mostrou em seu celular imagens do enfrentamento de ontem.


Endereço da página:

Links no texto: