Folha de S. Paulo


Shahid Khaqan Abbasi, aliado de Sharif, é nomeado seu sucessor

Mian Kursheed - 8.nov.2013/Reuters
FILE PHOTO: Pakistan's Petroleum and Natural Resources Shahid Khaqan Abbasi speaks during an interview with Reuters at his office in Islamabad November 8, 2013.REUTERS/Mian Kursheed/File Photo ORG XMIT: MKZ103
Shahid Khaqan Abbasi durante entrevista em seu escritório, em Islamabad

O partido no poder do Paquistão designará Shahid Khaqan Abbasi como primeiro-ministro interino após Nawaz Sharif ter sido desabilitado do cargo pela Suprema Corte nesta sexta (28), enquanto que o irmão de Sharif foi escolhido como seu sucessor de longo prazo.

Abbasi, 58, é fiel a Sharif e foi ministro do petróleo em seu gabinete até sexta, quando Sharif renunciou após sua desabilitação por acusações de corrupção que o envolvem na investigação internacional conhecida como "Panama Papers".

Um funcionário sênior ddo partido de Sharif, a Liga Muçulmana do Paquistão - Nawaz, disse que Abbasi deveria ser nomeado "em uma hora", enquanto uma segunda fonte confirmou a nomeação e o plano de ter Abbasi em vigor até que Shahbaz conteste um assento parlamentar e se torne elegível para assumir o controle.

Shahbaz Sharif, 65, é irmão de Nawaz e principal ministro da vasta província de Punjab, que representa mais de metade dos 190 milhões de habitantes do Paquistão.

A renúncia de Nawaz Sharif mergulhou a nação nuclear em uma turbulência política após vários anos de relativa estabilidade.

O tribunal também ordenou uma investigação criminal sobre Sharif, 67, e também de sua família.

MANDATOS INTERROMPIDOS

O próprio Sharif não completou outros dois mandatos como chefe de governo. Após chegar ao poder em 1990, ele teve de renunciar em 1993, também por acusações de corrupção. Um segundo mandato iniciado em 1997 foi interrompido em 1999 por um golpe militar. Sharif ficou vários anos exilado na Arábia Saudita.

Esta é a segunda vez na história do Paquistão que um primeiro-ministro é destituído por intervenção do Supremo estando no cargo. A primeira vez remonta a 2012, quando o tribunal condenou o então primeiro-ministro, Raza Gilani, por obstrução da Justiça ao se negar a reabrir uma investigação por corrupção contra o então presidente, Asif Zardari.


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