Folha de S. Paulo


Odebrecht pagou R$ 87,9 milhões em propina na Colômbia, diz procurador

Jaime Saldarriaga - 28.fev.2017/Reuters
Canteiro de obras da Rota do Sol II, obra que era conduzida pela Odebrecht na Colômbia
Canteiro de obras da Rota do Sol II, obra que era conduzida pela Odebrecht na Colômbia

O procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, disse nesta terça-feira (25) que a Odebrecht pagou 84 bilhões de pesos (R$ 87,9 milhões) em propina no país —quatro vezes mais que a primeira estimativa.

Segundo Martínez, o valor foi atualizado após depoimentos de políticos e executivos da construtora brasileira. Não estavam na primeira relação, por exemplo, o pagamento para liberar um aditivo na obra de uma estrada.

O dinheiro teria sido pago por cinco empresas colombianas e estrangeiras. Quatro senadores e um ex-senador, dos quais quatro aliados do presidente Juan Manuel Santos, foram acusados de corrupção e tráfico de influência.

Quatro ex-funcionários do consórcio responsável pela obra e um integrante de uma das empresas intermediárias responderão por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A Promotoria ainda pediu a captura internacional de três executivos brasileiros da Odebrecht: Eder Paolo Ferracuti, Márcio Marangoni e Amilton Ideaki Sendai.

Em acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, divulgado em dezembro, a empreiteira havia afirmado ter pago US$ 11 milhões (R$ 34 milhões) a políticos na Colômbia, incluindo propina e doações de campanha.

Os procuradores haviam calculado o montante em 21 bilhões de pesos. Dentre os beneficiados estariam os comitês eleitorais de Santos de 2010 e de 2014 e o do opositor Óscar Iván Zuluaga, aliado do ex-presidente Álvaro Uribe.


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