Folha de S. Paulo


Presidente filipino recusa convite de Trump e diz que EUA são 'irrelevantes'

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, respondeu nesta sexta-feira (21) a um convite da Casa Branca dizendo que não irá aos Estados Unidos, um país que ele considera "irrelevante".

"Em nenhum momento durante meu mandato, inclusive depois, viajarei aos Estados Unidos", disse o líder filipino a jornalistas. "Já vi os Estados Unidos e são irrelevantes. Cometem violações dos direitos humanos."

Erik de Castro - 22.dez.2016/Reuters
President Rodrigo Duterte speaks in front of housewives and mothers, that participate in the anti-illegal drugs campaign of the provincial government and Duterte's war on drugs at Clark Freeport Zone in Pampanga province, Philippines December 22, 2016.
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, discursa para mães e donas de casa na província de Pampanga

Em abril, o presidente americano, Donald Trump, o convidou para uma visita à Casa Branca. Alegando problemas de agenda, Duterte não enviou confirmação de presença.

O Congresso dos EUA realizou, na quinta-feira (20), uma audiência no Comitê de Direitos Humanos da Câmara sobre a política de guerra às drogas travada por Duterte contra os traficantes e que já deixou mais de 7.000 mortos, segundo dados oficiais. Entidades de direitos humanos afirmam que o número pode chegar a mais de 8.000.

O deputado democrata James McGovern afirmou que o presidente filipino "jamais deveria ter sido convidado a Washington".

As relações entre Manila e Washington se degradaram desde que Duterte chegou à Presidência, em junho do ano passado. Ele, que se diz socialista, reorientou sua diplomacia para a China e Rússia.

Em setembro, Duterte chegou a insultar o então presidente dos EUA, Barack Obama, chamando-o de "filho da puta". "Quem é ele para me confrontar?", perguntou Duterte, se referindo a Obama, acrescentando que as Filipinas não receberam um pedido formal de desculpas por abusos cometidos durante a colonização pelos EUA.

Antes, o presidente filipino já havia criticado o papa Francisco e o então secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.


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