Folha de S. Paulo


Países e organizações lamentam morte de Liu Xiaobo e culpam China

Governos estrangeiros e organizações de direitos humanos lamentaram nesta quinta-feira (13) a morte do dissidente chinês Liu Xiaobo, 61. Ganhador do Nobel da Paz de 2010, ele lutava contra um câncer de fígado.

Logo após o anúncio da morte de Liu, o Comitê do Nobel afirmou que a China tem uma "grande responsabilidade" na morte prematura do ativista.

"Consideramos profundamente perturbador que Liu Xiaobo não tenha sido transferido para um estabelecimento onde poderia ter recebido um tratamento médico adequado antes que sua doença entrasse em estágio terminal", declarou a presidente do comitê, Berit Reiss-Andersen.

O secretário de Estado americano Rex Tillerson, afirmou que Liu Xiaobo "dedicou sua vida a melhorar a humanidade". Tillerson pediu, além disso, que a China liberte a esposa do dissidente, Liu Xia, de sua prisão domiciliar vigiada e permita que ela deixe o país.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, exaltou Liu por sua luta "corajosa por direitos civis e liberdade de expressão".

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, chamou Liu de "guerreiro dos direitos humanos" e disse esperar que o governo chinês "conceda ao povo o direito natural da democracia e liberdade".

Joshua Wong, ativista pró-democracia em Hong Kong, disse que "se esforçará para levar adiante o legado [de Liu] na luta por democracia" no país.

O nome de Liu é tabu na imprensa oficial, salvo nos jornais chineses em inglês que o classificam como "criminoso". Ele é desconhecido de grande parte da população de seu país.

Em 2009, o ativista foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de "subversão" após reivindicar reformas democráticas no país.


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