Folha de S. Paulo


Trump visita Macron e deixa em aberto possível volta a Acordo de Paris

No primeiro dia de sua visita à França, o presidente americano, Donald Trump, deixou em aberto a possibilidade de os EUA retornarem ao Acordo de Paris sobre o clima —do qual Trump decidiu se retirar em junho.

"Alguma coisa pode acontecer com relação ao Acordo de Paris. Veremos o que acontece", disse o americano, durante entrevista coletiva com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Saul Loeb/AFP
Trump e Macron dão entrevista coletiva em Paris nesta quinta-feira (13), durante visita do americano à França
Trump e Macron dão entrevista coletiva em Paris nesta quinta (13), durante visita do americano à França

Horas antes de receber Trump no Palácio do Eliseu, Macron disse à imprensa: "Tenho um desacordo grande com o presidente Trump, todos sabem. (...) É sobre o clima. E isso foi dito a ele cara a cara e em reuniões de trabalho". À época do anúncio da saída dos EUA do pacto climático, Macron pediu aos americanos que não cometessem "um erro com o clima. Não há plano B porque não há planeta B".

Os dois líderes concordaram em estabelecer um plano conjunto de ação para o futuro da Síria após a guerra civil, que se desenrola no país desde 2011, e afirmaram que estão de acordo em termos de segurança e estabilidade no Oriente Médio.

Antes de se encontrar com o presidente americano, Macron afirmou que ter relações com Trump é "óbvio e indispensável". O francês também esteve nesta quinta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, que visitou Paris.

"Convidei o presidente Trump e me surpreende que isso desperte tantos debates e críticas", disse Macron. Depois que o americano anunciou a saída do pacto climático, o presidente francês lançou uma iniciativa para reforçar a liderança de Paris no terreno do combate às mudanças climáticas.

Trump chegou a Paris nesta quinta-feira com a mulher, Melania. Ele planeja participar das celebrações da Queda da Bastilha, principal feriado francês, nesta sexta-feira, além de comemorar os 100 anos da entrada dos EUA na Primeira Guerra Mundial, antes de retornar a Washington.

Durante a visita, o americano deixou de lado as críticas que fez constantemente a Paris, atribuídas a um suposto amigo do presidente chamado Jim. Trump dizia que ouvia do amigo que "Paris não é mais Paris" devido à ameaça do terrorismo islâmico e parecia concordar com isso.

Desta vez, porém, Trump afirmou que "Paris ficará bem" principalmente porque agora a França tem um presidente "ótimo e forte". A Casa Branca se negou a fornecer mais detalhes sobre o suposto amigo de Trump.

Trump e Macron, acompanhado das primeiras-damas, jantarão no restaurante Jules Verne da Torre Eiffel na noite desta quinta. Segundo o presidente francês, será um "jantar entre amigos".

Mais cedo, ao ser recebido pela mulher de Macron, Brigitte, 64, Trump disse que ela "está em ótima forma" e é "linda".


Endereço da página:

Links no texto: