Folha de S. Paulo


'Em retrospectiva, eu agiria diferente', diz Trump Jr. sobre oferta russa

Richard Drew - 11.jun.2017/Associated Press
Donald Trump Jr. is interviewed by host Sean Hannity on his Fox News Channel television program, in New York Tuesday, July 11, 2017. Donald Trump Jr. eagerly accepted help from what was described to him as a Russian government effort to aid his father's campaign with damaging information about Hillary Clinton, according to emails he released publicly on Tuesday. (AP Photo/Richard Drew) ORG XMIT: NYRD120
Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos EUA, concede entrevista à Fox News nesta terça

Donald Trump Jr. disse nesta terça-feira à noite (11) que "olhando para trás, provavelmente teria feito as coisas de outro modo" ao manter contato com pessoas da Rússia na campanha eleitoral em busca de informações comprometedoras sobre a presidenciável democrata Hillary Clinton.

Em entrevista à emissora Fox News, o filho mais velho do presidente dos Estados Unidos reiterou a versão de que a reunião com a advogada russa Natalia Veselnitskaia em junho de 2016 para tratar de informações sobre Hillary não resultou em "nada" e que, por isso, não informou seu pai sobre o conteúdo do encontro.

"Isso aconteceu antes da febre sobre a Rússia", afirmou Trump Jr., acrescentando que as acusações de conluio com o Kremlin são "ridículas". "Eu acho que não fiquei alarmado na hora porque não isso era a questão que virou nos últimos nove, dez meses (...) Em retrospectiva, hoje eu sei mais."

Nesta quarta-feira (12), Donald Trump elogiou o desempenho de seu filho na entrevista. "Ele foi franco, transparente e inocente. Esta é a maior caça às bruxas da história política. Triste!"

Trump Jr., que coordena com seu irmão Eric os negócios de seu pai desde que ele assumiu a Presidência dos EUA, foi tragado para o centro do escândalo sobre o suposto conluio entre a equipe de campanha de Donald Trump à Casa Branca e autoridades da Rússia.

Após reportagens do "New York Times" sobre o caso, Trump Jr. divulgou na terça-feira uma série de e-mails trocados em junho de 2016 com um intermediário de contatos na Rússia.

Nas mensagens, o produtor musical britânico Rob Goldstone, que trabalha para os empresários Emin e Aras Agalarov, próximos ao Kremlin, lhe oferece "documentos e informações oficiais que incriminariam Hillary e os negócios dela" no país como parte de um "esforço do governo russo para ajudar Trump".

Trump Jr. respondeu dizendo: "Se for o que você está falando mesmo, eu adorei". Depois disso, eles agendaram um encontro em 9 de junho daquele ano em Nova York entre Trump Jr. e Veselnitskaia, descrita por Goldstone como "advogada do governo russo".

Nesta quarta-feira, o Kremlin disse que não procurou os Agalarov para oferecer informações sobre Hillary e que "nunca esteve em contato" com Veselnitskaia, que também nega trabalhar para o Kremlin.

Em entrevista à rádio russa Business FM, Aras Agalorov chamou de "invenções" a afirmação de que ele teria informações comprometedoras sobre Hillary.

O caso envolvendo Trump Jr. não tem relação direta com as atuais investigações do FBI (polícia federal americana) e do Congresso sobre a possível interferência do governo russo nas eleições de 2016 e sobre a relação de membros da equipe de campanha de Donald Trump com Moscou.

TRUMP PRESSIONADO - Os desdobramentos do suposto elo da equipe republicana com Moscou


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