Folha de S. Paulo


Grupos chavistas invadem Assembleia Nacional e ferem deputados

Juan Barreto/AFP
Supporters of Venezuelan President Nicolas Maduro storm the National Assembly building in Caracas on July 5, 2017 as opposition deputies hold a special session on Independence Day. A political and economic crisis in the oil-producing country has spawned often violent demonstrations by protesters demanding President Nicolas Maduro's resignation and new elections. The unrest has left 91 people dead since April 1. / AFP PHOTO / Juan BARRETO
Militantes chavistas invadem Assembleia Nacional, em Caracas

Um grupo de simpatizantes do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e de integrantes de milícias chavistas conhecidas como "colectivos" invadiu nesta quarta-feira (5) a sede da Assembleia Nacional, em Caracas.

A imprensa local relatou que os militantes entraram no local de forma violenta por volta das 12h (13h em Brasília) e agrediram sete deputados da oposição e diversos funcionários, além de intimidar jornalistas. Antes disso, o grupo havia se concentrado em frente ao local e atirado rojões.

Segundo relatos de opositores, a polícia não interveio para impedir a invasão.

Durante a manhã, o vice-presidente venezuelano, Tareck el-Aissami, havia convocado a população a se reunir na Assembleia Nacional para protestar contra a maioria opositora, que classificou de "traidora".

A invasão ocorreu enquanto os deputados realizavam uma sessão para celebrar o Dia da Independência, que marca a data em que, há 206 anos, a Venezuela se separou da Espanha.

Tuíte

Maduro condenou a invasão e disse ter ordenado uma investigação sobre o episódio para que "se faça justiça".

"Eu condeno absolutamente esses acontecimentos, até onde os conheço. Nunca serei cúmplice de nenhum ato de violência", afirmou.

No ano passado, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declarou que o Legislativo age em "desacato" à Constituição, deixando de reconhecer suas decisões devido à posse de três deputados cuja eleição foi anulada devido a indícios de fraude.

No fim de março, o TSJ emitiu decisões que suspendiam a imunidade parlamentar e transferiam para a Justiça o poder de legislar. As medidas, revertidas poucos dias depois, foram o estopim da atual onda de protestos contra o governo Maduro, que já deixou 90 mortos.


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