Um grupo de simpatizantes do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e de integrantes de milícias chavistas conhecidas como "colectivos" invadiu nesta quarta-feira (5) a sede da Assembleia Nacional, em Caracas.
A imprensa local relatou que os militantes entraram no local de forma violenta por volta das 12h (13h em Brasília) e agrediram sete deputados da oposição e diversos funcionários, além de intimidar jornalistas. Antes disso, o grupo havia se concentrado em frente ao local e atirado rojões.
Segundo relatos de opositores, a polícia não interveio para impedir a invasão.
Durante a manhã, o vice-presidente venezuelano, Tareck el-Aissami, havia convocado a população a se reunir na Assembleia Nacional para protestar contra a maioria opositora, que classificou de "traidora".
A invasão ocorreu enquanto os deputados realizavam uma sessão para celebrar o Dia da Independência, que marca a data em que, há 206 anos, a Venezuela se separou da Espanha.
Maduro condenou a invasão e disse ter ordenado uma investigação sobre o episódio para que "se faça justiça".
"Eu condeno absolutamente esses acontecimentos, até onde os conheço. Nunca serei cúmplice de nenhum ato de violência", afirmou.
No ano passado, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declarou que o Legislativo age em "desacato" à Constituição, deixando de reconhecer suas decisões devido à posse de três deputados cuja eleição foi anulada devido a indícios de fraude.
No fim de março, o TSJ emitiu decisões que suspendiam a imunidade parlamentar e transferiam para a Justiça o poder de legislar. As medidas, revertidas poucos dias depois, foram o estopim da atual onda de protestos contra o governo Maduro, que já deixou 90 mortos.