Folha de S. Paulo


Maduro aumenta 50% o salário mínimo na Venezuela

Presidência da Venezuela/Reuters
Venezuela's President Nicolas Maduro speaks during a meeting with Vice Presidents at Miraflores Palace in Caracas, Venezuela June 1, 2017. Miraflores Palace/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY. TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: VEN01
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo (2) um aumento de 50% no salário mínimo, que agora será de 97.531 bolívares (cerca de US$ 37 na taxa oficial mais alta e US$ 12 segundo a cotação no mercado negro), o terceiro aumento este ano.

Em um ato com estudantes em Caracas, o presidente também aumentou um vale alimentação que complementa o salário, que agora será de 153.000 bolívares, cerca de US$ 58 na taxa oficial mais alta e US$ 19 no mercado paralelo.

Assim, a chamada "renda mínima integral" sobe para 250.531 bolívares.

Este é o terceiro aumento do salário mínimo este ano: em 8 de janeiro, subiu 50%, e em 30 de abril 60%, o que põe em evidência a alta inflação no país, que este ano poderia chegar a 720%, segundo o FMI.

"Ando trimestralmente atento ao salário dos trabalhadores, (...) acompanhando a campanha imoral que fixa preços através do valor de um dólar falso no exterior. Vamos derrotá-lo", expressou Maduro em referência ao site dolartoday.com, que publica uma estimativa do preço do dólar no mercado negro.

Muitos comerciantes usam o valor do dólar paralelo para definir os preços de seus produtos: um quilo de arroz custa cerca de 11.000 bolívares, um litro de óleo 20.000 bolívares, e um tubo de pasta de dentes cerca de 11.500 bolívares.

Nesses três produtos se gasta um quarto do salário mínimo.

O economista Asdrúbal Oliveros opinou que o novo aumento vai acelerar a inflação, diminuir o poder aquisitivo e gerar desemprego.

"Um sintoma de que esta economia está muito mal é a maior frequência com que se aumenta o salário mínimo", acrescentou no Twitter.

Maduro assegurou que com a sua proposta de Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna, a economia melhorará.

"Necessitamos de uma Constituinte para melhorar a economia, (...) regular os preços contra a especulação", acrescentou.

O anúncio coincide com a onda de protestos de opositores que exigem a saída de Maduro do poder desde 1º de abril. As manifestações, que também rejeitam a Constituinte, já deixaram 89 mortos.


Endereço da página: