Folha de S. Paulo


Ataque químico na Síria em abril usou gás sarin, diz estudo internacional

Uma missão de pesquisa da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) concluiu que gás sarin foi usado como arma química no ataque de 4 de abril à cidade síria de Khan Sheikhun, apontou um relatório secreto nesta quinta-feira (30).

As descobertas serão abordadas por uma comissão conjunta da Opaq com a ONU (Organização das Nações Unidas) para determinar se o regime do ditador Bashar al-Assad é responsável pelo ataque.

"Baseados no seu trabalho, a missão de pesquisa está apta a concluir que um grande número de pessoas, algumas que morreram, foram expostas ao sarin ou a alguma substância como o sarin", disse um trecho do relatório ao qual a agência de notícias AFP teve acesso.

"O lançamento que causou essa exposição provavelmente foi iniciado no local onde agora há uma cratera na estrada", acrescentou. "A conclusão da missão de pesquisa é que tal lançamento só pode ser determinado como o uso de sarin, como uma arma química."

Pelo menos 87 pessoas, incluindo muitas crianças, foram mortas no ataque que os Estados Unidos, a França e o Reino Unido atribuíram ao regime sírio.

O ditador Assad negou ser responsável pelo ataque químico, o qual atribuiu a facções rebeldes e classificou como sendo "100% forjado".

Como retaliação, os Estados Unidos lançaram mísseis contra a base síria de onde acreditam ter saído as armas químicas para o ataque.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse em declaração que tem "a mais alta confiança no relatório da Opaq".

"Agora que sabemos a verdade inegável, olharemos à frente para uma investigação independente confirmar exatamente quem foi o responsável por esses ataques brutais. Assim, conseguiremos fazer justiça pelas vítimas", acrescentou.

O mecanismo de investigação conjunta Opaq-ONU já determinou que o regime sírio foram responsáveis pelos ataques em três vilarejos com cloro em 2014 e 2015, e que o grupo Estado Islâmico usou gás mostarda em 2015.

Nesta semana, o governo dos Estados Unidos acusou o regime sírio de estar preparando um novo ataque químico e alertou que Assad "pagará um preço alto" se levar o plano adiante.

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