Folha de S. Paulo


Jovem de 17 anos é morto a tiros em protesto na Venezuela

Um jovem de 17 anos foi morto com um tiro no peito nesta segunda-feira (19) durante confrontos entre manifestantes da oposição e a polícia em Caracas, na Venezuela. Ao menos outros 27 ficaram feridos.

A morte de Fabian Urbina eleva a ao menos 73 o número de vítimas nos confrontos nas ruas do país desde 1º de abril. Opositores do presidente Nicolás Maduro exigem eleições gerais, liberdade para ativistas presos, ajuda humanitária estrangeira e autonomia para a Assembleia Nacional, controlada pela oposição. O governo chama os manifestantes de violentos e diz que são apoiados pelos Estados Unidos.

A manifestação desta segunda reuniu cerca de 10 mil pessoas nas ruas de Altamira, na zona leste da capital, e foi uma das maiores demonstrações das últimas semanas contra Maduro. Os opositores tentaram marchar até a sede do poder eleitoral, no centro de Caracas, mas foram dispersados pelas forças de segurança.

A polícia usou canhões de água e gás lacrimogêneo para conter os manifestantes, muitos dos quais jogaram pedras, coquetéis molotov e fogos de artifício contra os agentes.

O ato visava a demonstrar que o movimento não perdeu força depois de mais de dois meses de confrontos quase diários nas ruas. "Dia 80 da resistência e as pessoas não estão cansadas. Hoje, está claro para qualquer um que estava preocupado que as ruas se calaram que esse não é o caso", disse Freddy Guevara, deputado do opositor partido Vontade Popular, que participou do ato.

Repórteres das agências de notícias Reuters e AFP registraram o que parece ser um policial apontado uma pistola contra os manifestantes.

O ministro do Interior, Nestor Reverol, disse ter havido "uso de força inapropriado e desproporcional". Em sua conta no Twitter ele confirmou que uma pessoa morreu e várias ficaram feridas e que os oficiais envolvidos serão investigados. Reverol criticou também a violência dos manifestantes.

O prefeito de Chacao, Ramón Muchacho, afirmou que outras seis pessoas foram feridas a bala. "Condenamos a violência, em especial o uso de armas de fogo para reprimir a cidadãos que exercem o direito constitucional de se manifestar pacificamente", disse Muchacho.


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