Folha de S. Paulo


Italiano-marroquino é identificado como 3º terrorista de Londres

Reuters
Italian national Youssef Zaghba, 22, identified by Italian and British law enforcement bodies as the third man shot dead by police officers during the attack on London Bridge and Borough Market is seen on right with the other two men named, Khuram Shazad Butt on left and Rachid Redouane, in an undated image handed out by the Metropolitan Police, June 6, 2017, Metropolitan Police Handout via REUTERS FOR EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVES THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. IT IS DISTRIBUTED, EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS ORG XMIT: LON251
Khuram Butt (à esq.), Rachid Redouane (centro) e Youssef Zaghba, os terroristas de Londres

A polícia britânica divulgou nesta terça-feira (6) o nome do terceiro terrorista responsável pelo atentado em Londres no último sábado, em que sete pessoas foram mortas e outras 48 ficaram feridas.

O agressor, identificado como Youssef Zaghba, 22, tinha nacionalidades marroquina e italiana e não era monitorado pelas autoridades britânicas.

O nome do terrorista foi antecipado pelo jornal italiano "Corriere della Sera", que afirmou que a inteligência italiana notificou as autoridades britânicas sobre a identidade do suspeito.

Zaghba, segundo o diário, já era conhecido na Itália após ser impedido de viajar à Síria no ano passado, onde provavelmente se uniria às fileiras da facção terrorista Estado Islâmico, que reivindicou —apesar de não ter por ora apresentado provas— o atentado de Londres.

Zaghba e outros dois agressores atropelaram pedestres na ponte de Londres e, descendo da van que eles dirigiam, esfaquearam clientes de um mercado nos arredores. Os três foram mortos pela polícia, que chegou até o local em oito minutos.

Os dois outros cúmplices foram identificados pelas autoridades britânicas na segunda-feira (5): o britânico Khuram Shazad Butt, 27, nascido no Paquistão, e Rachid Redouane, 30, que afirmava ter origem marroquina e líbia.

Butt era conhecido pelas autoridades. Ele havia sido investigado em 2015 pelos serviços de segurança e tinha aparecido no documentário sobre extremismo "Os Jihadistas da Casa ao Lado", do Canal 4. À época, ele não foi considerado uma ameaça, uma decisão que agora assombra o governo de Theresa May.

A primeira-ministra conservadora tem sido criticada porque também os autores de outros ataques, como o atropelamento na ponte de Westminster em março, eram conhecidos pela inteligência.

Por outro lado, a polícia diz não ter recursos e pessoal o suficiente para acompanhar todos os suspeitos. Há 3.000 deles, com investigações aprofundadas de apenas 500. Acompanhar uma pessoa durante 24 horas exige acionar 12 policiais.

Em um comício eleitoral nesta terça, a dois dias da eleição geral de quinta-feira (8), May afirmou que está disposta a enfraquecer proteções de direitos humanos para tornar mais fácil a deportação de suspeitos de terrorismo em casos de poucas evidências para serem detidos.

"Se nossas leis de direitos humanos nos impedem de fazer isso, nós vamos mudar as leis para que possamos fazê-lo", disse a primeira-ministra, aplaudida pelos eleitores conservadores.

AL-MUHAJIROUN

Há poucas informações, por enquanto, sobre Zaghba e Redouane. Mas já surgiram diversos detalhes sobre o radical Butt, que era conhecido como "Abs" por seus amigos de academia. Ele apoiava o grupo Al-Muhajiroun, banido no Reino Unido. O líder da agremiação, Anjem Choudary, foi acusado de recrutar mais de cem britânicos suspeitos de ações terroristas.

Butt foi visto no mês passado distribuindo panfletos pedindo que muçulmanos não participassem das eleições desta quinta-feira (8). Para extremistas como ele, é proibido validar a democracia participando de pleitos.

O terrorista havia feito essa mesma campanha em 2015, quando foi expulso de ao menos uma mesquita londrina. Ele gritava "somente Deus está no comando", interrompendo o pregador.

No documentário sobre extremismo, exibido no ano passado pelo Canal 4, Butt aparecia rezando diante de uma bandeira negra, como aquela utilizada pela organização terrorista Estado Islâmico –o símbolo, porém, não é exclusivo da milícia.

Aparecem também no vídeo radicais como Abu Rumaysah, que se uniu às fileiras do Estado Islâmico. Ele é suspeito de ser um dos mascarados responsáveis pelos assassinatos gravados pela facção radical, como a decapitação de prisioneiros.

Editoria de Arte/Folhapress

VÍTIMA

A australiana Kirsty Boden, 28, foi identificada nesta terça-feira como uma das vítimas do ataque em Londres. Segundo familiares, Boden era enfermeira e morreu ao tentar ajudar pessoas que haviam sido atacadas pelos terroristas.

"Ao correr em direção ao perigo para ajudar outras pessoas na ponte, Kirsty infelizmente perdeu sua vida", disse uma nota da família divulgada pela polícia britânica, sem informar a causa da morte da australiana.

Também morreram no ataque o britânico James McMullan, 32, e a canadense Christine Archibald, 30. Os nomes das outras vítimas ainda não foram divulgados.


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