Folha de S. Paulo


Presidente das Filipinas diz que EI não está por trás de invasão de cassino

Ace Morandante/AFP
O presidente Rodrigo Duterte fala a repórteres durante lançamento de veículo japonês produzido nas Filipinas
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, fala a repórteres durante evento

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse a repórteres neste sábado (3) que a invasão a um hotel-cassino na capital, Manila, na sexta (2), "não foi um trabalho do Estado Islâmico". Ao menos 36 pessoas morreram na ação.

Um atirador entrou no prédio, disparou contra seguranças e ateou fogo em mesas de apostas antes de se trancar e se suicidar em um dos quartos, numa ação considerada pela polícia como tentativa de assalto.

De acordo com uma TV local, que atribuiu a informação ao Escritório de Combate a Incêndios da cidade, a maioria das vítimas morreu sufocada pela fumaça causada pelo incêndio no hotel.

O atirador, cuja identidade ainda é desconhecida, foi para um dos quartos e lá cobriu-se com um lençol. Depois, ateou gasolina ao próprio corpo para se matar.

A invasão, que começou por volta da meia-noite de sexta (13h de quinta em Brasília) e que durou algumas horas, causou pânico entre os hóspedes. Outras 50 pessoas se feriram, a maioria durante a fuga do local, por temor de que se tratasse de um ataque terrorista.

A declaração de Duterte se soma à do chefe da polícia nacional, Ronald dela Rosa, que disse não trabalhar com a hipótese de terrorismo —apesar de o EI ter chegado a reivindicar a ação. Segundo Rosa, "o autor não atirou contra nenhum hóspede e foi direto ao depósito de fichas do cassino."

De acordo com o chefe da polícia, o atirador era branco, tinha cerca de 1,80 metro e falava inglês. Uma sacola com fichas no valor de US$ 226 mil teria sido achada no banheiro do quarto incendiado. O carro com o qual ele chegou ao cassino estava sendo alvo de perícia.

COMBATE AO EI
Na última passada, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, impôs a lei marcial em toda a região de Mindanao (sul) para pôr fim ao que ele chamou de ameaça crescente do Estado Islâmico na região.

A declaração da lei marcial ocorreu logo após militantes realizarem atos de violência cidade de Marawi (sul), que fica a 800 km de Manila.

A invasão no hotel ocorreu em meio a umaofensiva do governo filipino milícias ligadas ao EI.

Duterte alertou na semana passada que ele pode vir a estender a lei marcial para o resto do país se a ameaça terrorista se espalhar.


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