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Após delações da Odebrecht, República Dominicana prende 8 suspeitos

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Republica Dominicana 2016 usina de carvao punta catallina da odebrecht na republica dominicana esta parada Foto: Thais Bilenky/folhapress ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Usina de carvão da Odebrecht na República Dominicana; país prende suspeitos de receber propina

O ministro da Indústria e Comércio da República Dominicana, Juan Temístocles Montás, e outras sete pessoas foram detidas nesta segunda (29) sob acusação de receber suborno da Odebrecht, informou a Procuradoria-Geral do país.

Além de Montás –ministro da Economia nas gestões de Leonel Fernández (2004 a 2012) e no primeiro mandato do atual presidente, Danilo Medina (2012-2016)–, foram presos o ex-ministro de Obras Públicas Victor Díaz Rúa e o ex-vice-presidente da Corporação de Empresas Elétricas Estatais dominicanas Radhamés Segura.

O líder do PRM (principal legenda da oposição dominicana), Andrés Bautista, também está entre os acusados.

"Podemos qualificar esse evento de inédito devido aos vários crimes cometidos e às posições de poder dos envolvidos", disse o procurador-geral, Jean Alain Rodriguez.

EFEITOS DA LAVA JATO NO MUNDO - Países em que a Odebrecht é acusada de beneficiar políticos em troca de licitações

propinas da odebrecht no mundo - Em US$ bilhões

Em 17 de maio, o Ministério Público da República Dominicana recebeu das autoridades brasileiras o conteúdo das delações de funcionários da empreiteira que tinham relação com o país caribenho.

Segundo a Procuradoria, a Odebrecht pagou US$ 92 milhões em propinas, o que põe os dominicanos em terceiro no "ranking" de subornos da empresa, atrás de Brasil e Venezuela. A empreiteira fez ao menos 16 obras no país.

Ela teve benefícios contratuais de US$ 163 milhões, segundo o Departamento de Justiça dos EUA. No mês passado, a construtora se comprometeu a pagar US$ 184 milhões (R$ 602 milhões) em multas aos dominicanos.

O caso de corrupção levou a protestos pelas investigações e contra o governo de Medina. A oposição pede a criação de um órgão independente para que as irregularidades nas licitações não fiquem impunes.

No acordo com as autoridades americanas, a construtora afirmou ter entregue propina e feito doações de campanha em Angola, Argentina, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru, além dos três citados.

Além da República Dominicana, a Odebrecht fechou acordos com os EUA e a Suíça e negocia com as Justiças da Argentina, Angola e Peru.


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