Folha de S. Paulo


Extremistas ligados ao EI matam 19 civis em região sitiada nas Filipinas

Xinhua
(170525) -- LANAO DEL SUR, May 25, 2017 (Xinhua) -- Soldiers from the Armed Forces of the Philippines (AFP) gather for an assault against the Maute militant group in Lanao Del Sur Province, the Philippines, May 25, 2017. The Philippine armed forces continued conducting surgical operations on Thursday to flush out up to 40 remnants of the Maute militant group that remain in the besieged southern Philippine city of Marawi, a military spokesman has said. (Xinhua/STRINGER)(yk)
Soldados filipinos atuam para retomar o controle de cidade no sul do país

Extremistas ligados à milícia terrorista Estado Islâmico que enfrentam as forças de segurança em uma região sitiada no sul das Filipinas mataram 19 civis, informou o Exército neste domingo (28). Os assassinatos elevam para 85 o número de mortos ao longo da última semana.

"Encontramos os corpos em uma operação de busca", disse o coronel Jo-ar Herrera, porta-voz regional do Exército. "São civis, mulheres. Estes terroristas estão contra o povo."

Pela manhã, foram encontrados os corpos de oito homens em um barranco na periferia de Marawi, cidade com cerca de 200 mil habitantes a cerca de 80 quilômetros da capital, Manila.

Algumas das vítimas foram baleadas na cabeça e suas mãos atadas atrás de suas costas, e junto a elas foram encontrados bilhetes com a inscrição "traidores", sugerindo que elas foram mortas pelos radicais.

Os enfrentamentos em Marawi se intensificaram na terça-feira, depois que as forças de segurança invadiram uma casa que se acreditava ser o esconderijo de Isnilon Hapilon, líder da facção islamita Abu Sayyaf, ligada ao EI.

Hapilon, que está na lista americana de terroristas mais procurados no mundo, não foi encontrado.

Muitos habitantes de Marawi fugiram de suas casas desde o início dos enfrentamentos, mas cerca de 2.000 civis seguem cercados nas áreas controladas pelos radicais.

Erik De Castro - 24.dez.2016/Reuters
Philippine President Rodrigo Duterte walks with cadets of the Philippine Military Academy during the Armed Forces anniversary celebration at Camp Aguinaldo in Quezon city, Metro Manila December 21, 2016. REUTERS/Erik De Castro TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: GGGEDC900
O líder filipino, Rodrigo Duterte

A conflagração de Marawi levou o presidente Rodrigo Duterte a impôr a lei marcial por 60 dias na ilha de Mindanao, onde fica a cidade conflagrada. O líder filipino alertou que a norma de exceção poderia ser expandida para todo o país.

Em vídeo divulgado neste domingo, Duterte convidou milícias islâmicas separatistas e grupos armados comunistas –que têm histórico de enfrentamento com as forças do Estado– a se juntarem ao combate contra os extremistas em Marawi.

"Eu os contratarei como soldados –com o mesmo salário, os mesmos privilégios, e construirei casas para vocês em algumas regiões", disse o presidente.

Grupos de direitos humanos expressaram temores de que os poderes da lei marcial possam endurecer ainda mais a repressão promovida por Duterte no país. Desde que chegou ao governo, há quase um ano, o presidente conduz uma campanha de guerra às drogas que já deixou quase 10 mil mortos.

Desde os anos 1990, a milícia Abu Sayyaf raptou centenas de filipinos e estrangeiros para obter dinheiro por meio de resgates. O grupo também reivindicou os piores ataques já ocorridos no país, incluindo o atentado em 2004 em uma balsa na baía de Manila no qual mais de 100 pessoas morreram.


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