Folha de S. Paulo


Dispensado na Arábia, véu de Melania e Ivanka no Vaticano chama atenção

Evan Vucci/Associated Press
Ivanka, Melania e Donald Trump encontram o papa Francisco no Vaticano
Ivanka, Melania e Donald Trump durante encontro com o papa Francisco no Vaticano

Muita gente notou e perguntou: por que, afinal, a primeira-dama americana, Melania Trump, e sua enteada Ivanka deixaram de usar véu na Arábia Saudita e usaram no Vaticano? As duas acompanham o presidente dos EUA, Donald Trump, em sua primeira viagem ao exterior.

A dispensa do véu na visita aos sauditas chamou a atenção porque Trump, em 2015, se queixou do fato de a então primeira-dama, Michelle Obama, não ter coberto a cabeça como a lei muçulmana obriga as mulheres do país a fazer. O empresário, que não era ainda candidato, considerou a decisão de Michelle ofensiva aos anfitriões, e disse que os EUA já tinham inimigos demais para criar mais atritos.

Acontece que líderes ocidentais não são obrigadas a seguir as leis que a monarquia retrógrada e ditatorial saudita impõe aos habitantes do país.

Mais recentemente, por exemplo, a chanceler alemã, Angela Merkel, e a primeira-ministra britânica, Theresa May, visitaram a Arábia Saudita e não vestiram o véu.

No Vaticano, o uso de preto, braços cobertos e mantilha encobrindo a cabeça é um protocolo requisitado a mulheres que têm encontro com o papa. Trata-se de um "dress code", uma maneira de vestir prevista pelo cerimonial.

Também Michelle, quando visitou o Vaticano com o presidente Barack Obama, em 2009, vestiu preto, mangas compridas e mantilha para encontrar-se com Bento 16. O mesmo fizeram no passado Hillary Clinton, Jackie Kennedy ou Nancy Reagan.

"Pelo protocolo do Vaticano, as mulheres que têm uma audiência com o papa são obrigadas a usar mangas compridas, roupas pretas formais e um véu para cobrir a cabeça", explicou Stephanie Grisham, diretora de comunicações da primeira-dama americana, à rede CNN. Grisham disse que Melania não cobriu a cabeça na Arábia Saudita porque não foi requisitado ­â€”a obrigatoriedade só atinge as mulheres locais.

O cerimonial do Vaticano, no entanto, abre exceção para mulheres com títulos de nobreza. Rainhas e princesas podem dispensar o preto e usar branco. Essa permissão é conhecida formalmente como "privilégio do branco".


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