Folha de S. Paulo


Após noite de sirenes, Manchester vive clima de insegurança, relata brasileiro

Barulho de helicópteros, sirenes de ambulância, movimento agitado de carros pela ruas. Foi assim que o brasileiro Christian Ribeiro, 45, descreveu a noite da segunda-feira (23) em Manchester, após o ataque de um homem-bomba que deixou 22 mortos e dezena de feridos.

Morador do Reino Unido há 17 anos, ele viaja o país a trabalho e estava em Manchester desde o domingo à noite. Como de costume, ficou hospedado em um apartamento alugado pela empresa da qual é funcionário. O imóvel fica a menos de 3 quilômetros do local do atentado.

"Eu ouvia helicópteros sobrevoando essa área, carros, sirene, mas não fazia ideia do que estava acontecendo. Eu estava cansado. Foi só hoje, às 6h, quando liguei o rádio do carro, a caminho do trabalho, que me dei conta. As ruas aqui em torno estavam interditadas, muita polícia, caminhões de canais de televisão", descreveu.

Por volta das 10h, quando ele e outros seis funcionários da empresa participavam de um treinamento, uma ligação telefônica interromperia a sessão da qual ele era parte. A namorada de um de seus colegas avisava que havia perdido alguém da família no ataque.

"Foi horrível, ele tremia muito e precisou deixar a sala", conta. O rapaz de 22 anos costumava dividir o apartamento em que ele se hospedava em Manchester em viagens anteriores.

O clima na cidade, segundo ele, é de estranheza, principalmente em locais com aglomeração. "Você se sente inseguro, sem saber o que pode acontecer", afirmou.

Manchester é uma das cidades mais importantes do Reino Unido. Submetida a projetos de revitalização nos últimos anos, é considerada um centro industrial, cultural e universitário dos mais influentes do país.

Darren Staples/Reuters
Women light candles for the victims of the Manchester Arena attack, in central Manchester, May 23, 2017. REUTERS/Darren Staples ORG XMIT: DST03
Vigília pelas vítimas do ataque em Manchester

Endereço da página:

Links no texto: