Folha de S. Paulo


Reforço policial em Manchester deixa aeroporto sem agentes e gera filas

A fila para entrar no Reino Unido, pelo controle de passaportes de Manchester, não é tão longa. Pouco mais de 30 pessoas adiante. Com um problema: ela não anda. Nada.

Dos dez guichês, somente um é operado –e apenas serve aos cidadãos europeus, que passam por um processo separado. Os demais, entre japoneses e americanos, esperam diante de cabines vazias e de plaquinhas de "UK border".

Questionados por passageiros, três funcionários diferentes respondem com variações da mesma frase. "Vocês sabem a coisa horrível que aconteceu aqui, certo?".

Houve uma explosão na véspera, deixando ao menos 22 mortos em uma apresentação da cantora americana Ariana Grande. O contingente policial foi reforçado na cidade. O cobertor, puxado, deixou o aeroporto exposto.

O ataque a Manchester, reivindicado pela organização terrorista Estado Islâmico, chocou a população e preocupa analistas de segurança, por ter evidenciado que há pessoas ou redes capazes de produzir uma bomba sofisticada, como aquela que supostamente explodiu na Manchester Arena.

A compra de componentes para explosivos é monitorada e envolve tantos riscos que costuma ser deixada de lado por organizações terroristas, exceto quando estão aptas a desviar da vigilância, como parece ter sido o caso nesta segunda-feira.

Haverá nos próximos dias constante questionamento sobre por que esse ataque foi possível e que tipo de culpa o governo tem. No ínterim, policiais parecem ter ido à rua –e deixado as filas no aeroporto.

Onde fica - Manchester

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TERROR NA EUROPA
Ataques recentes aos países do continente

Paris (13.nov. 2015)
Uma sequência de ataques a bomba e com atiradores em várias partes da cidade deixa 130 mortos. Estado Islâmico reivindica autoria

Bruxelas (22.mar.2016)
Três homens-bomba ligados ao EI se explodem no aeroporto e numa estação de metrô; 32 morrem

Nice (14.jul.2016)
No Dia da Bastilha, em mais uma ação do EI, um atirador dirigindo um caminhão atropela uma multidão à beira-mar e mata 86

Berlim (19.dez.2016)
Em ação semelhante à de Nice, motorista avança com um caminhão contra pedestres em um mercado de Natal; 12 são mortos

Londres (22.mar.2017)
Um ano após os ataques de Bruxelas, um homem atropela pedestres na ponte Westminster e esfaqueia um policial na entrada do Parlamento; 5 morrem

Estocolmo (7.abr.2017)
Novamente, um caminhão é usado para atropelar pedestres, em uma rua comercial, deixando 4 mortos


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