Folha de S. Paulo


Governo britânico diz que não sabe quem está por trás dos ciberataques

Matt Dunham/Associated Press
An exterior view shows the main entrance of St Bartholomew's Hospital, in London, one of the hospitals whose computer systems were affected by a cyberattack, Friday, May 12, 2017. A large cyberattack crippled computer systems at hospitals across England on Friday, with appointments canceled, phone lines down and patients turned away. (AP Photo/Matt Dunham) ORG XMIT: LMD101
Fachada do hospital São Bartolomeu, em Londres, um dos hospitais atingidos pelo ciberataque

O governo britânico ainda não sabe quem estava por trás dos ciberataques desta sexta-feira (12) que perturbaram o sistema de saúde do país, declarou a ministra do Interior, Amber Ruud, neste sábado (13).

"Não podemos dizer quem está por trás dos ataques. Este trabalho ainda está em andamento", disse a ministra à rádio BBC.

O ciberataque atingiu quase 20% do sistema de saúde pública do Reino Unido.

Segundo ela, o Centro Nacional de Segurança Cibernética está trabalhando com o serviço de saúde do país para garantir que o ataque fosse contido, enquanto a Agência Nacional de Crimes trabalhava para encontrar os responsáveis pelo ataque.

Ruud afirmou que o governo não sabe se o ataque foi direcionado por um governo estrangeiro.

Ciberataque no mundo
Vírus se aproveitou de falhas no Windows

Na sexta-feira, hackers enganaram suas vítimas, fazendo-as abrir anexos maliciosos em e-mails de spam que pareciam conter pagamentos, ofertas de emprego, avisos de segurança e outros arquivos legítimos. Ao menos 74 países foram impactados.

Ruud disse que o ataque não foi especificamente direcionado ao serviço de saúde do Reino Unido.

"(O vírus) parece aleatório em relação ao seu destino e onde ele foi aberto", disse.

Apesar de 45 organizações de saúde na Inglaterra e na Escócia terem sido afetadas pelo programa malicioso, nenhum dado de pacientes foi acessado ou transferido, disse Ruud.

A ministra disse que lições podem ser tomadas a partir do ataque. "Há lições a serem aprendidas. Por que certas regiões foram mais afetadas que outras? Tem a ver com o programa? Tem a ver com melhor tecnologia de informação?".

Paralelamente, neste sábado, chefes financeiros do G7 (grupo que reúne as principais economias desenvolvidas) comprometeram-se a juntar forças para enfrentar a crescente ameaça de ataques cibernéticos internacionais, de acordo com um comunicado de uma reunião que está sendo realizada em Bari, na Itália.

SOFTWARE

O software malicioso foi apelidado de "WannaCrypt0r" e de "WannaCry" ("quer criptografar" e "quer chorar", respectivamente, em tradução livre) e tinha versões em vários idiomas, inclusive português. Informações preliminares da imprensa espanhola indicam que os ciberataques têm origem na China.

A falha no Windows que permite o ataque foi reportada pela Microsoft em março. A empresa recomendou a atualização de versões em diversos sistemas operacionais. Todas as versões do Windows antes do 10 estão vulneráveis caso não estejam devidamente atualizadas.

Para Fabio Assolini, analista da Kaspersky, o pagamento de recompensa a hackers para reativar o acesso a computadores equivale a "negociar com bandidos" e deve ser evitado.


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