Folha de S. Paulo


Polícia turca dispersa protesto e prende manifestantes em Istambul

A polícia turca dispersou com bombas de gás lacrimogêneo cerca de 200 pessoas que se dirigiam nesta segunda-feira (1º) à praça Taksim de Istambul para participar de uma manifestação pelo 1º de maio proibida pelas autoridades, constatou um jornalista da AFP. Autoridades detiveram ainda 165 pessoas durante os protestos na cidade.

A Turquia comemora o Dia do Trabalho em um clima de tensão, duas semanas depois do triunfo do "sim" no plebiscito constitucional organizado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan para fortalecer seu poder.

Os manifestantes dispersados, que formavam parte de vários grupos de esquerda, exibiam cartazes com lemas contra o governo, como "Longa vida ao 1º de maio, não ao ditador!".

Jonathan Ernst/Reuters
Manifestantes marcham em Bakirkoy, no subúrbio de Istambul
Manifestantes marcham em Bakirkoy, no subúrbio de Istambul

As autoridades turcas proibiram as concentrações na praça Taksim, local emblemático dos movimentos de protesto na Turquia. A polícia fechou os acessos à praça nesta segunda-feira.

Por sua vez, milhares de pessoas tomaram as ruas em Bakirkoy, perto do aeroporto Atatürk, na costa europeia de Istambul, na manifestação oficial de 1º de maio.

No último sábado, o governo turco demitiu quase 4.000 funcionários públicos, anunciou o fim dos programas de amizade e namoro na televisão e bloqueou o acesso à Wikipedia, alegando razões de segurança.

Entre os servidores demitidos, 1.000 são do Ministério da Justiça e mais de 1.000 trabalhavam para o Exército. Há ainda 500 professores e acadêmicos na lista.


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