Folha de S. Paulo


União Europeia acerta base para negociar saída do Reino Unido

Líderes da União Europeia acertaram neste sábado (29) por unanimidade as bases para negociar o processo de saída do Reino Unido do bloco europeu.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou que os líderes europeus endossaram as diretrizes que vão dirigir a forma como a UE vai negociar com o Reino Unido após o país deixar o bloco.

Em um tuíte neste sábado, Tusk escreveu: "diretrizes adotadas por unanimidade. O mandato político firme e justo da UE para as conversas sobre o 'brexit' está pronto."

As autoridades, reunidas neste sábado em Bruxelas (Bélgica), levaram pouco tempo para aprovar o documento de oito páginas elaborado pelos diplomatas no último mês. O encontro não contou com a presença da primeira-ministra britânica, Theresa May.

As diretrizes vão guiar Michel Barnier, o negociador-chefe do bloco, na busca de um acordo que assegure os direitos dos 3 milhões de cidadãos do bloco que moram no Reino Unido.

O acerto servirá ainda de base para a indenização de dezenas de bilhões de euros que o bloco considera que deve receber do país, além de evitar o risco de desestabilização que ocorreria com a criação de uma barreira entre UE e Reino Unido com a Irlanda, que faz parte do bloco europeu.

"Nós estamos prontos", afirmou Barnier. "Nós estamos unidos."

Os líderes europeus prometeram oferecer ao premiê irlandês, Enda Kenny, uma garantia de que se a Irlanda do Norte —que votou contra a saída do Reino Unido da UE— voltar a se unir à Irlanda no futuro, será integrada automaticamente à União Europeia.

As negociações devem começar após as eleições britânicas de 8 de junho. O Reino Unido só teria uma eleição nacional em 2020, mas May decidiu antecipar a votação como uma forma de fortalecer a posição do governo nas negociações com a UE sobre a saída do Reino Unido do bloco.

Mais cedo, o primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, afirmou que o objetivo do encontro deste sábado era "obter uma saída ordenada para o Reino Unido e garantir um bom relacionamento no futuro."

O premiê dinarmarquês, Lars Loekke Rasmussen, que também participou da reunião, afirmou que o 'brexit' seria "um grande desafio para todos", mas que os países da União Europeia "não iriam punir o Reino Unido" por deixar o bloco.


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