Folha de S. Paulo


Porta-voz de Trump pede desculpas após comparar ditador sírio a Hitler

Manuel Balce Ceneta/Associated Press
White House press secretary Sean Spicer listens during a daily press briefing at the White House in Washington, Monday, Feb. 27, 2017. (AP Photo/Manuel Balce Ceneta) ORG XMIT: DCMC108
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, provocou controvérsia e críticas de organizações judaicas após sugerir que o regime do ditador sírio Bashar al-Assad era pior do que o de Adolf Hitler porque o nazista não teria usado armas químicas.

O comentário foi feito durante sua entrevista coletiva diária, em meio a uma discussão sobre o ataque com armas químicas que matou mais de 80 pessoas na Síria no último dia 4. Washington culpa o governo Assad, que nega o ataque.

"Você tem alguém tão desprezível como Hitler, que não chegou a baixar o nível para uso de armas químicas", disse Spicer quando indagado sobre a aliança da Rússia com o governo sírio.

Seis milhões de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial, muitos foram mortos em câmaras de gás em campos de concentração na Europa. Indagado sobre esse fato, Spicer respondeu: "quando o assunto é gás sarin, não havia, ele não estava usando o gás contra seu próprio povo da mesma maneira que Assad está fazendo".

Feitos durante o feriado judaico de Pessach, a Páscoa judaica, os comentários geraram críticas de grupos em memória ao Holocausto, que acusaram o porta-voz de minimizar os crimes de Hitler.

"Sean Spicer agora não tem a integridade para servir como secretário de imprensa da Casa Branca, e o presidente Trump deve demiti-lo de uma vez", disse Steven Goldstein, diretor-executivo do Centro Anne Frank para Respeito Mútuo.

Mais tarde, à emissora CNN, Spicer pediu desculpas e afirmou que havia errado ao fazer uma referência "inapropriada e insensível" ao holocausto.


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