Folha de S. Paulo


Autoridades suecas prendem segundo suspeito por conexão com ataque

Odd Andersen/AFP
People attend a memorial ceremony at Sergels Torg plaza in Stockholm, Sweden on April 9, 2017 close to the point where a truck drove into a department store two days before. / AFP PHOTO / Odd ANDERSEN
Pessoas assistem a uma cerimônia na praça Sergels Torg, em Estocolmo, na Suécia

Autoridades suecas disseram que uma segunda pessoa foi presa suspeita de ter conexão com o atropelamento que que deixou quatro mortos e 15 feridos na sexta-feira (7), no centro de Estocolmo. O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, afirmou que o evento se tratou de um atentado terrorista.

"Uma segunda pessoa está em prisão preventiva", afirmou a juíza Helga Hullman, do tribunal de Estocolmo, sem especificar quais eram os vínculos desta pessoa com o principal suspeito.

O primeiro suspeito, um uzbeque de 39 anos, a Suécia havia tido seu visto de residência negado, informou neste domingo a polícia sueca, acrescentando que o suspeito demonstrava interesse por grupos extremistas.

"Em dezembro de 2016, o Escritório de Migrações informou que ele tinha quatro semanas para deixar o país. Em fevereiro de 2017, a polícia recebeu a ordem para executar a decisão, porque ele já não estava localizável", informou o chefe da polícia nacional, Jonas Hysing, durante uma coletiva de imprensa, sem acrescentar mais detalhes.

MANIFESTAÇÃO

Milhares de suecos foram às ruas neste domingo perto do local do atentado que deixou quatro mortos na sexta-feira (7) no centro de Estocolmo, cujas circunstâncias continuam sendo investigadas pela polícia.

Os habitantes da capital sueca, abalados pelo ataque, convocaram no Facebook uma "manifestação pelo amor" perto do local do incidente.

O ataque ainda está cercado de incógnitas. Se desconhecem, por exemplo, quais foram os motivos de seu autor, assim como sua trajetória e as circunstâncias que o levaram à Suécia.

Na cabine do caminhão, os policiais encontraram no sábado (8) um artefato suspeito. "Até o momento não podemos dizer se é uma bomba ou um dispositivo inflamável", declarou o diretor da polícia sueca, Dan Eliasson.

PAÍS DE LUTO

Os mortos no atentado são dois suecos, um britânico e um belga, informou neste domingo a polícia sueca.

Entre os 15 feridos, 10 pessoas –nove adultos e uma criança– seguem hospitalizadas, incluindo quatro em estado grave, segundo as autoridades de saúde.

O atentado abalou o país nórdico, que costuma se orgulhar de sua abertura e tolerância. No sábado (8), centenas de pessoas se reuniram perto das barreiras de segurança, próximo ao local do incidente, onde depositaram flores.

"Talvez seja possível tirar algo bom disso", declarou à AFP Inger Mörstedt, uma sueca de 75 anos, que espera que seus cidadãos se tornem "ainda mais abertos e agradáveis".

As bandeiras ondeavam neste fim de semana a meio mastro nos edifícios públicos. E nesta segunda (10) ao meio-dia (7h, pelo horário de Brasília) será realizada uma cerimônia em homenagem às vítimas, anunciou o primeiro-ministro, Stefan Lofven, que depositou flores em frente à loja onde o caminhão terminou seu ataque.

A Suécia só havia sofrido outro atentado até a data. Foi em dezembro de 2010, quando um suicida detonou seus explosivos na mesma rua de pedestres, ferindo levemente várias pessoas.

Na vizinha Noruega, a polícia deteve neste sábado um indivíduo após desativar um artefato suspeito "parecido com uma bomba".


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