O grupo separatista basco ETA confirmou que concluirá no sábado (8) seu desarmamento em carta publicada pela rede de televisão britânica BBC. Com isso, a organização acabará com o conflito de 40 anos que deixou 800 mortos.
Na correspondência desta quinta-feira (6), os separatistas convocaram manifestações em Bayonne, na parte francesa do País Basco, para evitar que "os inimigos da paz" frustrem a iniciativa da direção do grupo.
Vincent West/Reuters | ||
Pedestre passa por mural pedindo a liberação dos integrantes do ETA em Amorebieta, na Espanha |
Segundo integrantes da equipe de desarmamento, o ato consistirá na comunicação à Justiça francesa da localização dos esconderijos das armas. O arsenal teria 130 armas e 2 toneladas de explosivos e estaria do lado francês.
Mais de 4.500 pessoas se somaram em dois dias a um manifesto promovido, entre outros, pela associação de vítimas do ETA nesta quinta (6), no qual pedem um fim sem impunidade ao grupo separatista armado basco.
No texto, eles consideram a entrega do armamento uma ação midiática e de propaganda. "A primeira coisa que deve se exigir da organização terrorista, e de seu enredo político, é a condenação da história de terror do ETA".
O grupo armado havia anunciado sua renúncia à violência em outubro de 2011 após mais de quatro décadas de luta armada pela independência do País Basco e de Navarra, durante as quais foi acusado de 829 homicídios.
Até agora, o grupo rejeitava o desarmamento e a dissolução exigida por Paris e Madri e pedia uma negociação sobre a situação de seus presos. Porém, o governo basco anunciou que o grupo estava preparado para se desarmar em março.
Este gesto de sábado será acompanhado por celebrações organizadas por associações e partidos bascos em Bayonne, no sudeste da França.