A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, se reuniu nesta segunda-feira (27) com a líder da Escócia, Nicola Sturgeon, após tensões entre ambas sobre a proposta de realização de um plebiscito de independência.
O projeto separatista escocês, defendido por Sturgeon, foi derrotado em uma consulta em 2014, mas tem ganhado força desde a aprovação, em junho do ano passado, da saída britânica da União Europeia (UE), o chamado "brexit".
Russell Cheyne/Reuters | ||
A primeira-ministra britânica, Theresa May (à dir,), encontra Nicola Sturgeon em Glasgow, na Escócia |
Sturgeon disse que o encontro, realizado em um hotel em Glasgow, foi cordial, mas que May não deu garantias de benefícios à Escócia após a separação com a UE.
"Eu tinha a impressão (...) de que ela viria para oferecer algo no sentido de dar mais poder [para a Escócia]", disse Sturgeon à emissora BBC. "Acabou que esse não era o caso."
O governo britânico pretende deflagrar formalmente o "brexit" nesta quarta (29), e as negociações com a UE para completar o divórcio podem levar até dois anos.
O Parlamento da Escócia deve retomar o debate acerca do plebiscito de independência nesta terça (28). A líder escocesa reclama que o governo britânico rejeitou exigências da Escócia, como manter o acesso preferencial ao lucrativo mercado único da UE.
Sturgeon declarou recentemente a intenção de realizar uma consulta entre o final de 2018 e o início de 2019. May, por sua vez, defende que "agora não é o momento" para debater a saída da Escócia pois, demonstrando unidade, o Reino Unido pode obter um melhor acordo com a UE para completar o "brexit".
O governo britânico teme que uma eventual independência da Escócia incentive movimentos separatistas na Irlanda do Norte. No plebiscito que aprovou o "brexit", as populações da Escócia e da Irlanda do Norte defenderam a permanência do Reino Unido na UE.