Folha de S. Paulo


Aloysio Nunes recebe comitiva de deputados da oposição venezuelana

Um grupo de parlamentares da oposição venezuelana se reuniu nesta quarta-feira (15) em Brasília com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A comitiva vem ao Brasil uma semana após a posse do tucano Aloysio, que ao assumir o Itamaraty reforçou as críticas ao governo de Nicolás Maduro e protagonizou uma discussão à distância com a colega venezuelana, Delcy Rodríguez.

Pedro Ladeira - 10.mar.2017/Folhapress
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, em seu gabinete no Palácio do Itamaraty
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, em seu gabinete no Palácio do Itamaraty

Os legisladores Juan Guaidó, Omar Barboza, José Guerra, Andrés Eloy Camejo e Stalin González, da Mesa de Unidade Democrática, chegaram na segunda (13), quando foram recebidos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Segundo disse Guerra em uma rede social, eles receberam o apoio de Maia à Assembleia Nacional, que não consegue aprovar leis desde que o Tribunal Supremo de Justiça, de maioria chavista, declarou-a em desacato.

Em 9 de fevereiro, o presidente da Câmara já havia se manifestado a favor da oposição do país vizinho ao receber o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges.

Maia prometeu a Borges reunir os presidentes dos parlamentos sul-americanos para discutir a crise venezuelana, mas o encontro não foi marcado até o momento. O grupo ainda foi recebido pelo deputado Carlos Manato (SDD-ES).

Em seguida, a comitiva esteve com Aloysio. O Itamaraty, no entanto, não tinha detalhes sobre o que foi comentado no encontro até o momento.

O tucano foi um dos senadores que viajaram a Caracas em junho de 2015 para encontros com opositores, mas o grupo foi impedido de chegar à capital pelas forças de segurança.

Ao assumir o Itamaraty, Aloysio se envolveu numa discussão com a chanceler Delcy Rodríguez.

A chavista disse que o Brasil é uma "vergonha mundial" desde o impeachment de Dilma Rousseff, que para Caracas foi um golpe.

O ministro rebateu, afirmando que os carcereiros na Venezuela são mais importantes que a chanceler. Na tréplica, ela disse que o tucano começara com o pé esquerdo e lhe ensinaria o "ABC da Diplomacia".


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