Folha de S. Paulo


Chanceler argentina diz que 'queixa sobre as Malvinas ainda existe'

"A nossa queixa ainda existe", disse na manhã desta quinta-feira (9), a chanceler argentina, Susana Malcorra, logo após encontrar-se com o novo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes.

Malcorra se referia aos voos militares britânicos que usaram aeroportos brasileiros em seu caminho às ilhas Malvinas, em 2016 –a Argentina reivindica a soberania do arquipélago, que é parte do Reino Unido. A chanceler disse não ter tratado desse assunto com Aloysio, mas que o ministério argentino das Relações Exteriores ainda espera explicações sobre o caso.

Kim Kyung-Hoon - 19.mai.2016/Reuters
Argentine Foreign Minister Susana Malcorra speaks at a joint news conference with Chinese counterpart Wang Yi at the Ministry of Foreign Affairs in Beijing, China, May 19, 2016.REUTERS/Kim Kyung-Hoon ORG XMIT: PEK709
A chanceler da Argentina, Susana Malcorra, em foto de arquivo

Malcorra afirmou que a reunião com o brasileiro foi marcada pela ideia de "dar continuidade à linha de rota estabelecida pelos dois presidentes (Macri e Temer)" e que a prioridade do encontro que ocorreria na sequência, no Palácio San Martín, com os chanceleres do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, e do Paraguai, Eladio Loizaga, é acelerar as negociações do acordo com a União Europeia (UE).

"A Europa mostrou um interesse renovado nos últimos meses em firmar esse acordo com o Mercosul e temos de aproveitar essa oportunidade", disse a chanceler.

Já o uruguaio Rodolfo Nin Novoa também colocou ênfase no acordo com os europeus e com outros países do mundo.

"Temos que potencializar nossa capacidade regional de produzir alimentos, hoje há mais de 7 bilhões de pessoas no planeta que precisam comer três vezes ao dia", disse aos jornalistas.

Pouco antes de entrar no palácio, Aloysio reafirmou que sua gestão priorizará "a continuidade do trabalho que vinha sendo feito no Mercosul", mas não quis dar mais declarações antes do fim da visita.

Após a reunião com os chanceleres, Aloysio deve se encontrar com o presidente Mauricio Macri, antes de retornar a Brasília.

Já o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, último a chegar ao Palácio San Martín para o encontro, disse que o Mercosul se encontra numa fase diferente com relação há três anos. "Naquela época se buscava uma unidade política, agora nós respeitamos mais as diferenças ideológicas e tentamos encontrar modos de trabalhar juntos."

Com relação ao acordo com a UE, ele disse que a demora se deve às dificuldades de harmonizar um acordo com um continente que passa por várias mudanças políticas. "Neste ano há eleições na França, temos o Reino Unido saindo da UE. Essas coisas tomam tempo na negociação do acordo."

O paraguaio confirmou que nesta reunião de hoje deve-se definir também a agenda do encontro entre representantes dos países do Mercosul e da Aliança do Pacífico, que deve ocorrer em Buenos Aires, nos próximos dias 7 e 8 de abril.

onde fica - malvinas

Endereço da página:

Links no texto: