Folha de S. Paulo


Investigada, Cristina Kirchner diz ser alvo de perseguição 'sem precedentes'

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner se apresentou na manhã desta terça-feira (7) ao tribunal de Comodoro Py, no centro de Buenos Aires, para depor em uma das ações que estão em marcha contra ela.

Cercada de forte aparato de segurança e justamente quando tinha início o protesto dos sindicatos que transformou o centro da cidade num verdadeiro caos, Cristina entrou no tribunal por uma porta lateral, mas seus apoiadores kirchneristas, inclusive membros de seu governo, foram obrigados a ficar do lado de fora.

Estanislao Santos - 21.jul.2016/Reuters
Former Argentine President Cristina Fernandez de Kirchner strolls by the garden of her residence in the Patagonian city of El Calafate, Santa Cruz province, Argentina, July 21, 2016. Picture taken July 21, 2016. Estanislao Santos/Courtesy of Instituto Patria/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVES. ORG XMIT: BAS01
A ex-presidente argentina Cristina Kircher, em foto de arquivo

Sua presença ali não passou de meia hora, e a ex-presidente, assim como seus filhos, Florencia e Máximo no dia anterior, apresentou seu depoimento por escrito, sem responder a perguntas.

A família responde a processo relacionado à empresa Los Sauces –um complexo imobiliário e de hotelaria–, localizada na Patagônia. Cristina e os filhos são acusados de terem usado as propriedades para lavar dinheiro obtido de modo ilícito por empresários vinculados ao governo que receberam concessões para realização de obras públicas durante os anos de gestão kirchnerista (2003-2015).

O juiz Claudio Bonadio declarou que deve se pronunciar sobre o caso na semana que vem. O próximo passo, caso Cristina seja considerada culpada, é que se passe ao "julgamento oral", ou seja, a ex-presidente se tornaria oficialmente ré e poderia ser condenada.

Cristina considera que os processos abertos contra ela –além desta, a de enriquecimento ilícito, a do caso Hotesur e a do dólar futuro– são julgamentos de ordem política, e declarou estar sendo vítima de uma perseguição "sem precedentes".

Acusou o governo federal de usar os processos contra ela como um "aparato de propaganda", e também criticou o poder Judiciário de estar atuando com finalidades políticas. Afinal, Cristina cogita candidatar-se nas eleições legislativas de outubro.


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