Folha de S. Paulo


Imprensa independente da Síria é financiada por atores externos

Uma série de veículos de imprensa independentes surgiu na Síria desde o início de sua guerra civil, em 2011.

Apesar de não terem vínculo com o regime ou com facções rebeldes, esses jornais, sites e rádios recebem financiamento de atores externos interessados no resultado do conflito.

Abd Doumany - 4.mar.2017/AFP
Casa é danificada após bombardeio do regime no bastião rebelde de Douma, na periferia de Damasco
Casa é danificada após bombardeio do regime no bastião rebelde de Douma, na periferia de Damasco

A estação Radio Fresh, de Raed Fares, foi inicialmente criada por voluntários, que arcaram com os custos.

O projeto passou em seguida a ser financiado pelo Departamento de Estado americano, em uma estratégia que evoca os anos de Guerra Fria, segundo o jornal "New York Times". Milhões de dólares foram investidos em iniciativas semelhantes.

Isso não significa que a programação seja controlada. O conteúdo é produzido pelos funcionários da estação, que também recebem verba de organizações não governamentais e de expatriados sírios nos EUA.

Outros governos, como o britânico, participam da guerra midiática na Síria.

Uma reportagem do jornal "The Guardian" mostrou, por exemplo, que o Reino Unido produziu material de divulgação para grupos rebeldes considerados moderados.

O governo britânico esteve envolvido na produção de vídeos, relatórios, transmissões de rádio e publicações em redes sociais, utilizando o logo de facções rebeldes, em vez do seu próprio.

Parte desses esforços é motivada pelo descompasso entre a propaganda de grupos rebeldes apoiados por governos ocidentais e aquela veiculada pela organização terrorista Estado Islâmico.

O EI produz jornais, revistas e canais de vídeo em diversas línguas. Sua mensagem convence milhares de recrutas a unirem-se à milícia, apesar dos riscos envolvidos na viagem à Síria.


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