Folha de S. Paulo


Hollande rebate crítica de Trump de que 'Paris não é mais Paris'

O presidente francês, François Hollande, reagiu aos comentários do americano Donald Trump de que "Paris não é mais Paris" depois dos ataques terroristas de grupos radicais islâmicos.

"Há terrorismo e temos que lutar contra isso juntos. Eu acredito que nunca é bom mostrar o menor sinal de provocação a um país aliado. Eu não faria isso com os Estados Unidos e estou insistindo com o presidente dos Estados Unidos a não fazer isso com a França", disse Hollande neste sábado (25).

"Não farei comparações, mas aqui as pessoas não têm acesso a armas. Aqui, você não tem pessoas abrindo fogo em uma multidão simplesmente pela satisfação de causar drama e tragédia", disse o presidente francês durante visita à Feira de Agricultura de Paris.

Michel Euler/AFP
O presidente francês, François Hollande, posa ao lado de uma vaca na Feira de Agricultura de Paris
O presidente francês, François Hollande, posa ao lado de uma vaca na Feira de Agricultura de Paris

Em um discurso na Conferência da Ação Política Conservadora, na sexta-feira (24), Trump voltou a criticar a maneira como a Europa lida com os ataques de grupos radicais islâmicos dizendo que um amigo não queria mais levar sua família a Paris.

"Veja o que está acontecendo na França. Eu tenho um amigo, ele é um cara muito, muito importante, ele ama a 'cidade luz'. Ele ama Paris. E eu disse 'Jim, deixe eu te perguntar, como vai Paris?' 'Paris? Eu não vou mais lá. Paris não é mais Paris'", contou Trump à plateia.

Mais de 200 pessoas morreram em uma série de ataques na França desde o começo de 2015 e o país está em estado de emergência desde novembro do mesmo ano.

No fim de janeiro, dias após assinar um decreto anti-imigração que vetava a entrada nos EUA de cidadãos de sete países muçulmanos, Trump já havia criticado a política europeia de imigração. "Nosso país precisa de fronteiras fortes e checagem rigorosa agora. Vejam o que está acontecendo em toda a Europa e em todo o mundo —uma bagunça terrível", afirmou.


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