Folha de S. Paulo


Jornalistas brasileiros detidos na Venezuela são liberados

Os jornalistas brasileiros Leandro Stoliar e Gilzon Souza, da TV Record, presos na Venezuela enquanto investigavam denúncias de suborno da Odebrecht no país, foram soltos na madrugada deste domingo (12).

Em nota, a emissora informou que ambos foram liberados durante a madrugada e passaram a noite em um hotel, em Maracaibo, no estado de Zulia, na Venezuela. O Itamaraty informou, em nota divulgada na noite deste domingo, que os jornalistas embarcaram com destino a Lima, de onde irão voar para São Paulo.

"A RecordTV segue acompanhando o retorno dos seus profissionais com as autoridades do governo brasileiro e entidades de direitos humanos venezuelanas, porque policiais ainda permanecem vigiando os deslocamentos dos dois jornalistas", diz o comunicado.

Carlos Garcia Rawlins - 26.jan.2017/Reuters
Homem passa em frente a local de obra da Odebrecht em Caracas, capital da Venezuela
Homem passa em frente a local de obra da Odebrecht em Caracas, capital da Venezuela

A notícia da prisão, no sábado, foi dada pela ONG Transparência Venezuela. "A comissão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) os deteve e os acompanhou até sua sede em Maracaibo para ter uma entrevista. Ao chegar, tiraram seus telefones celulares", afirmou a organização.

De acordo com a Record, os jornalistas "foram perseguidos e detidos, sem explicação, na cidade de Maracaibo" e tiveram seus celulares, equipamentos e pertences pessoais apreendidos por homens que se identificaram como integrantes do Sebin (o serviço de inteligência venezuelano).

O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela lamentou a detenção dos jornalistas brasileiros e exigiu sua soltura.

INVESTIGAÇÃO

Na semana passada, o Parlamento venezuelano aprovou a investigação do caso Odebrecht, em um debate que contou com a presença de legisladores da bancada governista. A Comissão da Controladoria convocou os representantes legais da empreiteira brasileira na Venezuela para prestar esclarecimentos.

Em 26 de janeiro, o Ministério Público confirmou que pediu informações sobre o caso ao Ministério Público brasileiro e solicitou ordem de captura internacional contra uma pessoa não identificada, que estaria ligada ao escândalo.

Também na semana passada, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se comprometeu a concluir as obras da empreiteira no país.

Segundo declaração do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a Odebrecht pagou subornos na Venezuela que chegaram a US$ 98 milhões, ficando atrás apenas do Brasil.


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