Folha de S. Paulo


Donald Trump volta a atacar Judiciário e diz que sistema está 'quebrado'

Evan Vucci/Associated Press
President Donald Trump speaks in the State Dining Room of the White House in Washington, Thursday, Feb. 9, 2017. For Trump the short walk between the Oval Office and the White House residence is so far a lonely existence. First lady Melania Trump and the couple's 10-year-old son, Barron, are staying in New York at least until the end of the school year. (AP Photo/Evan Vucci) ORG XMIT: DCEV401
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursa na Casa Branca

O presidente Donald Trump voltou a atacar, na manhã deste sábado (11), o Judiciário, dizendo que o sistema legal do país está "quebrado" após a decisão de uma corte de apelação mantendo a suspensão ao seu decreto que veta a entrada de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

"Nosso sistema legal está quebrado! '77% dos refugiados que tiveram a entrada permitida nos EUA desde a suspensão [do veto] a viagens vieram de sete países suspeitos' (WT) TAO PERIGOSO!", escreveu Trump, em referência a matéria do "Washington Times'.

A reportagem diz que 77% dos 1.100 refugiados que entraram no país desde a liminar concedida por um juiz federal de Seattle (no Estado de Washington), no último dia 3, até a última quinta-feira (9) são cidadãos de Síria, Iraque, Irã, Sudão e Somália -que junto com Líbia e Iêmen foram os países vetados por Trump em seu decreto.

A Folha fez um levantamento junto ao Centro de Processamento de Refugiados, que trabalha com o governo americano, do número de refugiados que haviam chegado desde a liminar até a sexta (10): 1.462, de 21 países. Destes, 402 eram sírios e 340 iraquianos.

O decreto assinado por Trump no último dia 27 proibia a entrada de refugiados de qualquer nacionalidade por 120 dias e de cidadãos desses sete países -que segundo ele, representam ameaça terrorista aos EUA- por 90 dias.

Consultado, o Departamento de Segurança Doméstica não revelou quantos indivíduos desses sete países teriam chegado aos desde que a liminar entrou em vigor.

Antes do ataque de sábado, o presidente já havia dito que os tribunais do país são muito "políticos" e que a audiência realizada pelos três juízes da corte de apelação que manteve a suspensão foi "vergonhosa". No último domingo, disse que o juiz James Robart, responsável pela liminar, e o sistema judiciário deveriam ser culpados se "algo acontecesse" nos EUA.

O juiz indicado para a Suprema Corte, Neil Gorsuch, chegou a afirmar a um senador democrata na quinta-feira que os ataques recentes do presidente ao Judiciário eram "desmoralizantes" e "desanimadores".

A declaração foi confirmada por um assessor de Gorsuch, mas, no dia seguinte, Trump disse que o democrata Richard Blumenthal tirou a fala de contexto.

MURO

Trump também usou as redes sociais para rechaçar estimativas de que o muro que deseja construir na fronteira dos EUA com o México custaria mais do que o previsto.

Relatório do Departamento de Segurança Doméstica estima o valor em US$ 21,6 bilhões -durante a campanha, o republicano afirmou que gastaria US$ 12 bilhões.

"Estou lendo que o muro vai custar mais do que o governo pensou, mas ainda não me envolvi no projeto ou nas negociações", disse. "Quando eu participar, assim como com os programas dos caças F-35 e do Air Force One, o preço virá abaixo."


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