O advogado russo de Edward Snowden descartou o informe dos Estados Unidos no qual Moscou estava considerando a extradição do ex-consultor de inteligência como um "presente" ao presidente Donal Trump.
Anatoly Kucherena, que representa o americano desde sua chegada à Rússia em 2013, disse a agência russa Interfax que a "Rússia não tem base legal para entregar Snowden".
A rede de TV NBC havia citado nesta sexta (10) que um alto funcionário do governo norte-americano, com acesso a informações de inteligência, disse que a Rússia estava considerando o movimento para "obter um favor" de Trump.
O advogado de Snowden nos Estados Unidos, Ben Wizner, disse a NBC que não estava a par desses planos.
"Tudo isso é simplesmente especulação", afirmou Kuchenera, insistindo que Snowden "vive na Rússia de forma totalmente legal".
O ex-consultor da NSA fugiu para a Rússia depois de vazar à imprensa dezenas de milhares de documentos que demonstravam a extensa vigilância eletrônica exercida pela agência de inteligência norte-americana no mundo.
Essas revelações provocaram fortes tensões entre Estados Unidos e aliados. A decisão das autoridades russas de acolher Snowden provocou desentendimentos com Washington.
Em janeiro, as autoridades russas prolongaram a permissão de Snowden até 2020.
"Rússia não negocia com pessoas e direitos humanos, ainda que os serviços secretos americanos tentem constantemente nos arrastar com atos de provocação", afirmou Kuchenera.
Snowden publicou em sua conta no Twitter, nesta sexta (10), que a notícia da NBC é a "prova irrefutável" de que nunca cooperou com a inteligência russa.