Folha de S. Paulo


Governo Trump quer exigir senhas de redes sociais de solicitantes de visto

Andrew Harnik/Associated Press
O secretário de Segurança Doméstica, John Kelly, é questionado no Senado sobre decreto anti-imigração
Secretário de Segurança Doméstica, John Kelly é questionado na Câmara sobre decreto anti-imigração

As embaixadas americanas poderão exigir as senhas de acesso a redes sociais dos solicitantes de visto dos Estados Unidos, com o objetivo de estabelecer controles ainda mais rígidos, afirmou nesta terça (7) o secretário de Segurança Doméstica, John Kelly.

Na mesma audiência na Câmara dos Deputados em que disse que o governo poderia ter esperado mais para implementar o decreto anti-imigração do presidente Donald Trump, Kelly declarou que a medida afetaria os cidadãos dos sete países muçulmanos que foram alvo do decreto: Irã, Síria, Líbia, Iraque, Somália, Sudão e Iêmen.

"Nós queremos chegar às redes sociais deles, com as senhas. É muito difícil realmente checar essas pessoas nesses países, os sete países. Mas se eles vierem, nós queremos poder dizer quais sites eles visitam e que nos deem suas senhas. Queremos saber o que eles fazem na internet."

"Se não quiserem cooperar, então não entram" nos Estados Unidos, disse o secretário.

Kelly deixou claro que nenhuma decisão ainda havia sido tomada, mas que controles mais rígidos para checar a entrada de pessoas nos EUA serão implementados em breve.

Atualmente, o solicitante de visto americano pode ser requisitado a mostrar o conteúdo que publica em redes sociais durante entrevista no consulado —mas não a fornecer suas senhas.

O decreto que determina o bloqueio à entrada de cidadãos desses sete países por 90 dias e de refugiados por 120 dias, com base em uma possível ameaça à segurança nacional, está suspenso por uma liminar.

O governo Trump agora defende na Justiça que ao menos os estrangeiros "sem laços" com os EUA continuem a ser vetados.

A decisão da Corte de Apelações sobre a retomada ou não do decreto de Trump deve ser anunciada ainda nesta semana. A expectativa é que qualquer dos lados que perder a disputa recorra à Suprema Corte.


Endereço da página:

Links no texto: