Folha de S. Paulo


Protestos contra decreto de Trump se espalham pelos EUA

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram em cidades dos EUA neste domingo (29) para protestar contra a ordem executiva do presidente Donald Trump, que bloqueou a entrada no país de viajantes de sete nações de maioria muçulmana.

Em Nova York, Washington e Boston, uma segunda onda de protestos começou depois de manifestações espontâneas em muitos aeroportos no sábado, quando agentes de fronteira dos EUA começaram a aplicar a nova diretriz presidencial.

A ordem, que impede a admissão de refugiados sírios e suspende as viagens para os Estados Unidos de cidadãos do Iraque, Irã, Sudão e outros quatro países, levou à detenção ou deportação de centenas de pessoas que chegaram a aeroportos dos EUA.

Um dos maiores protestos ocorreu em Battery Park, em Manhattan, sob a vista da Estátua da Liberdade, um símbolo de boas-vindas dos EUA. O orador principal, o senador democrata Charles Schumer, de Nova York, disse à multidão que a ordem Trump era contrária aos valores centrais norte-americanos.

"O que estamos falando aqui representa vida e morte para muitas pessoas", disse Schumer. "Não vou descansar até que essas horríveis ordens sejam revogadas", concluiu o senador.

Em Washington, aproximadamente 2.000 pessoas se reuniram perto da Casa Branca, cantando: "Não há ódio nem medo, os refugiados são bem-vindos aqui".

Ao mesmo tempo, cerca de 200 manifestantes se juntaram no Aeroporto Internacional de Dulles, perto de Washington, onde uma multidão muito maior organizou uma manifestação barulhenta na noite de sábado. O mesmo ocorreu no aeroporto Fort Worth, em Dallas.

Organizadores de um protesto em Boston estimaram que 10 mil pessoas se reuniram para ouvir oradores como a senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts, uma crítica de Trump e líder da ala liberal do Partido Democrata.

Em Chicago, as manifestações incluíram até grupos judeus, que se mobilizaram no subúrbio da cidade para mostrar apoio aos muçulmanos.

Até o fechamento desta edição, havia protestos marcados também nas cidades de Houston, Detroit, St. Louis e Los Angeles.


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