Folha de S. Paulo


Trump abre caminho para retomada de oleodutos polêmicos

O presidente Donald Trump assinou, nesta terça-feira (24), ordens executivas (similares a decretos presidenciais) para a retomada da construção dos polêmicos oleodutos que tinham sido freados em 2015 por Barack Obama por razões ambientais.

Segundo Trump, os projetos Keystone XL –oleoduto que vai do Canadá para refinarias americanas– e Dakota Access –que atravessa um território indígena na Dakota do Norte e vai até Illinois– serão renegociados.

A ordem que trata do Keystone KL "convida" a empresa responsável, a canadense TransCanada Corp, a reenviar sua proposta.

Saul Loeb/AFP
Manifestantes protestam em Washington após a decisão de Trump de permitir construção de oleodutos
Manifestantes protestam em Washington após a decisão de Trump de permitir construção de oleodutos

Ao assinar a ordem no Salão Oval, contudo, Trump disse a jornalistas que qualquer novo projeto, nos dois oleodutos, terá que usar aço americano -apesar de a exigência não estar no texto.

"Insisto que, se formos construir oleodutos nos EUA, os dutos deverão ser feitos nos EUA", afirmou. A princípio, a ideia da TransCanada era que 65% dos dutos fossem produzidos nos Estados Unidos.

Segundo Trump, os projetos representam "muitos empregos". "Serão 28 mil postos de trabalho. Excelentes postos de trabalho na construção."
Ambientalistas e democratas condenaram a decisão. A organização Amigos da Terra disse que Trump beneficia sua "aliança com os grupos petroleiros e bancos de Wall Street" em detrimento da saúde pública e do meio ambiente.

O senador democrata e ex-pré-candidato à Presidência Bernie Sanders disse que Trump ignorou as "vozes de milhares de americanos" em nome da energia fóssil.

MONTADORAS

Ainda nesta terça, Trump recebeu os principais executivos das três maiores montadoras americanas –General Motors, Ford e Fiat Chrysler– na Casa Branca para instar o aumento da produção de carros no país.

O novo presidente, que já ameaçou impor impostos de 35% sobre veículos produzidos fora dos EUA, disse aos executivos que quer ver mais fábricas no país.

Em troca, ele prometeu rever regulações e impostos para tornar mais atrativa a produção nos EUA. Os líderes das montadoras citaram complicações como as regras sobre eficiência de combustíveis, políticas comerciais e outros temas regulatórios.

A pressão de Trump sobre a indústria automobilística resultou em mais uma reação nesta terça. A Toyota anunciou que criará 400 empregos e investirá US$ 600 milhões numa fábrica em Indiana.

A medida seria parte de um projeto maior da Toyota, de investir US$ 10 bilhões nos EUA nos próximos cinco anos.


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