Folha de S. Paulo


Trump afirma que irá indicar genro para mediar paz no Oriente Médio

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista publicada pelo jornal britânico "The Times" neste domingo (15) que irá indicar o genro para mediar um acordo de paz entre israelenses e palestinos no Oriente Médio.

Jared Kushner, 35, é casado com Ivanka Trump e será um dos conselheiros da Presidência. A oposição já pediu ao Departamento de Justiça que barre a nomeação por violar a lei antinepotismo de 1967.

Mike Segar - 7.jun.2016/Reuters
Jared Kushner (à esq.) com sua mulher, Ivanka, durante comício de Donald Trump em junho de 2016 em Nova York
Jared Kushner (à esq.) com sua mulher, Ivanka, durante comício de Trump em junho de 2016

Ainda sobre a questão palestina, o presidente eleito pediu que o Reino Unido use seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para barrar qualquer nova resolução contrária a Israel.

Trump disse ao jornal britânico que pretende "reduzir substancialmente" os arsenais nucleares das duas maiores potências do mundo —EUA e Rússia—, e sugeriu um acordo nesse sentido em troca de suspender as sanções econômicas contra Moscou.

Sobre a intervenção militar russa na guerra da Síria, no entanto, Trump foi duro. "Foi uma coisa muito ruim que levou a uma terrível situação humanitária."

Ao falar sobre Europa, o presidente eleito dos EUA criticou a política de portas abertas aos refugiados adotada pela chanceler alemã, Angela Merkel, e saudou o "brexit", a saída britânica da União Europeia.

"Acho que ela [Merkel] cometeu um erro muito catastrófico, e [esse erro] foi o de pegar todos esses ilegais, sabe, pegar todas essas pessoas de qualquer lugar que elas tenham vindo", disse.

"O 'brexit' vai acabar sendo uma grande coisa", afirmou Trump, que prometeu um encontro bilateral com a premiê britânica, Theresa May, logo depois de sua posse, no próximo dia 20. Segundo ele, "outros países deixarão a União Europeia" na esteira do Reino Unido.

OTAN OBSOLETA

Em outra entrevista divulgada neste domingo, desta vez ao jornal alemão "Bild", Trump classificou como "obsoleta" a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar ocidental.

"A Otan tem problemas. Ela está obsoleta, porque, em primeiro lugar, foi concebida há muitos e muitos anos", declarou o empresário, reclamando que "não se incomodam com terrorismo".

"Deveríamos proteger esses países, mas muitos deles não pagam o que deveriam", retomando uma crítica que foi constante em sua campanha eleitoral.

"Apenas cinco países pagam o que devem. Cinco não é muito", insistiu. "É muito injusto com os Estados Unidos", reclamou, afirmando que, mesmo assim, a organização permanece "muito importante".

Os Estados Unidos contribuem sozinhos com cerca de 70% das despesas militares da Otan, organização fundada em 1949 para conter a ex-União Soviética e o então bloco comunista do Leste Europeu.

A Otan conta hoje com 28 membros, incluindo países que no passado faziam parte da esfera de influência soviética.


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