Folha de S. Paulo


Abbas visita o papa e fala sobre possível transferência de embaixada

Giuseppe Lami/AFP
Palestinian president Mahmud Abbas (L) smiles with Pope Francis, during a private audience at the Vatican on January 14, 2017. Abbas meets Pope Francis on the eve of an international conference on Middle East peace in Paris as diplomats play down Israeli fears of a second UN Security Council resolution critical of its actions. / AFP PHOTO / POOL / Giuseppe LAMI
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, se encontra com o papa Francisco, no Vaticano

O papa Francisco recebeu neste sábado (14), em audiência privada no Vaticano, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que foi à Roma inaugurar a nova embaixada palestina na Santa Sé.

Falando rapidamente aos jornalistas, Abbas reiterou sua posição sobre a promessa de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, em transferir a embaixada da nação de Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

Para Abbas tal ação poderá comprometer o processo de paz no Oriente Médio. "Vamos esperar para ver se isso acontece. Se ocorrer, não ajudará a alcançar a paz, e esperamos que não ocorra", disse.

O gesto romperia com a política histórica dos EUA e de grande parte da comunidade internacional, ao qual o status de município de Jerusalém, que os palestinos também reivindicam como capital de seu futuro estado, deve ser firmado através de negociação.

ANJO DA PAZ

Entre os presentes que trocaram, Mahmoud Abbas ofereceu ao papa uma pedra da igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, segundo informou Greg Burke, diretor do gabinete de imprensa do Vaticano.

Com esta visita já são três vezes que o pontífice e Abbas se reúnem. Em 2014 o papa Francisco esteve em Israel para se encontrar com o líder palestino e em 2015 foi a vez de Abbas ir à Santa Sé para falar da canonização de duas religiosas palestinas.

As relações entre o Vaticano e as autoridades palestinas entraram numa nova etapa em 2015 quando se firmou o acordo para abertura da embaixada palestina.

O acordo, que aconteceu dois anos depois do Vaticano reconhecer a Palestina como Estado, provocou ira em Israel, que também não gostou quando o papa classificou Abbas como "anjo da paz" no encontro de 2015.


Endereço da página: