Folha de S. Paulo


Indicado por Trump falou com embaixador russo antes de sanções

Evan Vucci/Associated Press
National Security Adviser-designate Michael Flynn walks in the lobby of Trump Tower in New York, Thursday, Jan. 12, 2017. (AP Photo/Evan Vucci)
Michael Flynn, indicado por Trump como conselheiro de Segurança nacional dos EUA

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, se recusou a comentar as informações sobre eventuais contatos entre Michael Flynn, indicado por Donald Trump a assumir o cargo do conselheiro de Segurança Nacional, e o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak.

Questionado sobre o tema, Ryabkov respondeu à agência de notícias russa Ria Novosti que não comentaria "sobre os contatos diários de sua embaixada ou de representantes do ministério com colegas de outros países, incluindo os Estados Unidos".

O jornal norte-americano "The Washinton Post" informou nesta sexta (13) que Flynn conversou com o embaixador da Rússia em Washington em 28 de dezembro um dia antes da Casa Branca impor sanções à Rússia por ações de hackers nas eleições americanas.

Segundo o jornal, Kislyak convidou a futura administração americana às negociações de paz sobre a Síria, em 23 de janeiro, no Cazaquistão, conduzidas por Rússia e Turquia, três dias após a posse de Trump.

Sean Spicer, porta-voz da equipe de transição de Trump, confirmou a conversa entre Kislyak e Flynn, mas disse que "girou em torno da logística para facilitar uma chamada telefônica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Donald Trump, após sua posse".

O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, disse que os convites para a conferência de Astana serão enviados na próxima semana desejando que, na opinião da Turquia e Rússia, os Estados Unidos deveriam participar.

A aproximação de Flynn com a Rússia tem preocupado alguns republicanos mais céticos. Depois de deixar o cargo de diretor da Defense Intelligence Agency em 2014, Flynn fez algumas aparições na RT, rede de televisão estatal russa. Em 2015, ele foi pago para participar de um jantar de gala em Moscou, onde se sentou ao lado de Putin.

Flynn tem conversado com outros oficiais estrangeiros desde que Trump venceu as eleições em novembro. O porta-voz do presidente eleito, Mark Toner, disse que não há nada de inapropriado no time de transição contatar a Rússia ou outras autoridades estrangeiras.


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