Folha de S. Paulo


Deputado é preso acusado de planejar atentados para prejudicar Maduro

Os serviços de inteligência da Venezuela prenderam nesta quarta-feira (11) Gilber Caro, do partido opositor Vontade Popular, sob a alegação de que ele tramava ataques contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

Caro foi capturado pelos agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) pela manhã ao passar com um carro pelo pedágio de La Cabrera, no Estado de Carabobo, a 122 km de Caracas.

Reprodução/Twitter
O deputado Gilber Caro, preso nesta quarta (11), posa com a mulher de Leopoldo López, Lilian Tintori
O deputado Gilber Caro, preso nesta quarta (11), posa com a mulher de Leopoldo López, Lilian Tintori

O vice-presidente, Tareck El Aissami, afirmou que a prisão foi em flagrante e, com o deputado opositor, teriam sido encontrados um fuzil FAL calibre.762, de uso exclusivo das Forças Armadas, e explosivos C4.

Além das armas, o governo diz ter achado com seu rival documentos, mapas e detalhes sobre objetivos e nomes de dirigentes da oposição que seriam mortos para que o governo chavista fosse considerado culpado.

El Aissami acusa o deputado de se reunir no domingo (8) com criminosos em Ureña, na fronteira com a Colômbia, e de atravessar ilegalmente para o país vizinho a fim de, segundo ele, armar "planos de desestabilização nacional".

O vice-presidente considera o caso "sem defesa" e chamou o preso de violento, citando sua ficha criminal —Caro cumpriu pena por tráfico de drogas a partir de 1992 e por um homicídio cometido em 1985.

Além do histórico na prisão, ele acusa o deputado de ser das quadrilhas que atuam nas cadeias. O parlamentar foi levado a uma cela do Sebin, está incomunicável e sem acesso a advogados.

Eleito pelo Estado de Miranda, Gilber Caro é do mesmo partido de Leopoldo López, condenado a 13 anos e 9 meses de prisão depois de ser acusado pelo governo por incitar a violência em protestos contra Maduro em 2014.

Seus correligionários e colegas da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) atribuem a prisão a um novo "comando antigolpe" criado pelo chavismo para conter as tentativas da oposição de destitui-lo.

Em nota, o Vontade Popular disse que a prisão é ilegal e arbitrária e que esse comando do governo "uma desculpa para prender, dividir e intimidar quem luta sem violência pela mudança democrática" do presidente.

"Isso obedece à intenção manifesta de encarcerar os deputados da MUD e dissolver a Assembleia Nacional", diz o comunicado, que ainda pede a liberdade imediata de Caro e de outros opositores presos.


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