Folha de S. Paulo


Rússia anuncia redução de presença militar na Síria e retira porta-aviões

Associated Press
O porta-aviões Almirante Kuznetsov navega no mar de Barents, na Rússia, em foto de 2004
O porta-aviões Almirante Kuznetsov navega no mar de Barents, na Rússia, em foto de 2004

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (6) que começou a reduzir sua presença militar na Síria com a retirada de seu porta-aviões da região do conflito.

De acordo com o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior russo, o porta-aviões Almirante Kuznetsov e embarcações que o acompanham serão os primeiros a deixarem o teatro de guerra sírio.

"Em conformidade com a decisão do supremo comandante-em-chefe [presidente] Vladimir Putin, o Ministério da Defesa começa a reduzir o agrupamento das Forças Armadas na Síria", afirmou Gerasimov à agência de notícias russa Tass.

Moscou é a principal aliada do ditador sírio Bashar al-Assad na guerra civil que consome o país do Oriente Médio há quase seis anos.

A Rússia não informou mais detalhes sobre a retirada, que segue ordem de Putin dada em 29 de dezembro.

A retomada da cidade de Aleppo —segunda maior da Síria— pelas forças do regime, em dezembro, e o cessar-fogo acordado entre Rússia e Turquia, ativo há quase uma semana, permitiu que Moscou comece a ensaiar uma retirada.

Os ataques aéreos conduzidos a partir do porta-aviões Almirante Kuzetsov começaram em novembro passado —foi a primeira vez que o navio foi usado em combate. Duas de suas aeronaves foram perdidas: um caça Su-33 que caiu no mar Mediterrâneo em dezembro quando voltava de um bombardeio; e um MiG-29 que caiu no mar depois de tentar pousar no porta-aviões.

O cessar-fogo atualmente em vigor pode pavimentar o caminho para negociações de paz entre Assad e os grupos rebeldes em Astana, capital do Cazaquistão, ainda neste mês. Alguns grupos, porém, já suspenderam as conversas com o regime.


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