Folha de S. Paulo


Turquia diz ter identificado autor de ataque; suspeito segue foragido

O governo turco afirmou nesta quarta-feira (4) ter identificado o autor do atentado de Istambul. O atirador, cujo nome não foi revelado ao público, segue em fuga.

O anúncio foi feito pelo chanceler Mevlüt Cavusoglu em uma entrevista à agência de notícias estatal Anadolu —ele não divulgou mais detalhes.

As autoridades anunciaram também novas detenções, somadas àquelas dos últimos dias, indicando uma extensa busca. A polícia deteve 27 pessoas na cidade de Esmirna, no oeste do país.

No dia anterior, dois cidadãos estrangeiros haviam sido detidos no aeroporto de Istambul esperando um voo internacional.

O governo divulgou uma imagem do suspeito. A fotografia circula em Istambul em jornais e cartazes. Um táxi, visto pela reportagem da Folha, levava o retrato colado no vidro de seu carro.

Em seu primeiro discurso público desde o atentado, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que o ataque "tem por objetivo polarizar a sociedade, isso está muito claro". "Vamos permanecer de pé e manter o sangue frio."

ATAQUE

O homem armado procurado na Turquia disparou contra o público da casa noturna Reina durante as celebrações de Ano-Novo no domingo passado (1º), deixando 39 mortos e 69 feridos.

O atentado foi reivindicado pela facção terrorista Estado Islâmico, que justificou a ação como represália aos ataques turcos à Síria.

A imprensa turca afirma, citando fontes de inteligência, que o autor tinha sido treinado para o embate urbano, provavelmente na Síria. Um jornal local dizia ainda que ele tinha origem no Quirguistão, na Ásia Central.

O atirador teria chegado à Turquia em novembro com sua mulher e filhos e se estabelecido na cidade de Konya, no sul da Turquia. Essa informação não foi confirmada e circula entre outros rumores já desmentidos, como a imagem do passaporte de um dos suspeitos.

Em meio ao clima de insegurança e às informações desencontradas, o Parlamento decidiu ampliar o estado de emergência por três meses a partir de 19 de janeiro.

A medida foi adotada após a tentativa de golpe em 15 de julho e renovada em outubro, permitindo que o governo limite ou suspenda liberdades individuais quando julgar que seja necessário.


Endereço da página:

Links no texto: