Folha de S. Paulo


Governo da Venezuela liberta o ex-candidato presidencial Manuel Rosales

O governo de Nicolás Maduro libertou na madrugada deste sábado (31), véspera de Ano-Novo, seis opositores presos, entre eles o ex-candidato à presidência Manuel Rosales, que estava sob prisão domiciliar desde o dia 19 de outubro.

"Fui colocado em liberdade junto com outros presos políticos. Continuamos na luta pela libertação de todos", escreveu em uma rede social o dirigente, que havia sido preso em outubro de 2015 após retornar ao país depois de seis anos de exílio.

Rosales, de 64 anos e que enfrentou o líder socialista Hugo Chávez nas eleições de 2006, foi denunciado em 2008 por enriquecimento ilícito quando foi governador de Zulia por dois mandatos (2000-2008). Foi também prefeito da cidade de Maracaibo e deputado.

Enrique Márquez, presidente do partido Um Novo Tempo (fundado por Rosales), disse à AFP que a libertação do ex-governador de Zulia e de outros opositores foi conversada na mesa de diálogo com o governo, instalada em outubro passado.

"É resultado destes esforços. Sua liberdade é um bom sinal para o resto dos presos políticos", afirmou Márquez.

Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal Venezuelano, confirmou que, além de Rosales, foram liberados outros cinco opositores presos que sua organização defende.

"Esperávamos as libertações após os diálogos com a Nunciatura e a Embaixada da Espanha. Saíram Skarlyn Duarte, Yeimi Varela, Nixon Leal, Angel Contreras e Gerardo Carrero", afirmou Romero.

Todos, menos Rosales, foram presos em 2014 durante os protestos que exigiam a saída de Maduro do poder. Estavam reclusos na sede do Serviço de Inteligência (Sebin), em Caracas.

Romero exigiu que o governo liberte todos os "presos políticos" e pare com a detenção de opositores, pois afirma que, somente neste ano, 55 pessoas foram colocadas atrás das grades.

"Dos 109 presos políticos (no total), seis foram liberados, restaram 103. Continuamos esperando que ao longo do dia libertem mais pessoas", acrescentou o diretor do Foro Penal.

O diálogo iniciado em 30 de outubro entre governo e oposição - promovido pelo Vaticano e pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul) –ficou congelado em dezembro depois que os adversários de Maduro denunciaram que o Executivo não havia cumprido com o acordado.

Entre suas principais exigências estava justamente a libertação de opositores presos e a solução eleitoral à crise do país.

Na Venezuela, que atravessa uma grave crise econômica e política, o presidente Nicolás Maduro enfrenta uma forte oposição e manifestações nas ruas.


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