Folha de S. Paulo


Tufão provoca inundação e mata ao menos quatro pessoas nas Filipinas

Ao menos quatro pessoas morreram e outras oito estão desaparecidas nas Filipinas na passagem do tufão Nock-Ten, nesta segunda-feira (26). A capital Manila não chegou a ser atingida.

Um casal morreu em uma inundação provocada pelo tufão, que atingiu a costa da ilha Catanduanes no domingo (25) à noite, e um homem morreu em uma queda, informou o governo da província de Albay (leste), uma das mais afetadas. Outra pessoa morreu eletrocutada na cidade de Quezón (leste), segundo a polícia.

A tempestade, que recebeu o mesmo nome de um pássaro de Laos, deve prosseguir em trajetória noroeste, com ventos de 215 km/h, de acordo com serviço meteorológico filipino.

Um barco ancorado na província costeira de Batangas afundou nesta segunda-feira e oito tripulantes estão desaparecidos, de acordo com a guarda costeira. Milhões de moradias ficaram sem eletricidade.

Mais de 383.000 pessoas foram retiradas de suas casas como medida de precaução e 80 voos domésticos e internacionais foram cancelados, anunciaram as autoridades.

O tufão mais tardio da temporada afetou as celebrações de Natal em um país com 80% da população católica.

A capital Manila, de 13 milhões de habitantes, estava calma por causa das festividades de Natal, quando a maioria dos moradores fica em casa.

Os serviços de proteção civil haviam anunciado que a capital poderia ser afetada por "precipitações intensas, inundações e fortes ventos".

Natal triste

A zona pobre e agrícola de Bicol (leste), onde vivem 5,5 milhões de pessoas, foi a mais castigada neste domingo (26).

Nesta segunda-feira, muitas ruas de Ligao, em Bicol, ainda estavam debaixo d'água. Muitas casas da região ficaram repletas de lamas.

Erna Ángela Pintor, uma habitante de 20 anos, explicou que sua família e ela não dormiram com medo de que o temporal arrancasse o teto de sua casa, onde se refugiaram vizinhos cujas casas, localizadas mais abaixo, ficaram inundadas a uma altura de um metro.

"Em casa, a água subiu até o nível de nossos joelhos", disse à AFP. "Felizmente, a correnteza não era muito forte", continuou.

Em algumas localidades, os funcionários do governo incentivaram moradores a refugiar-se em abrigos, onde foram oferecidos porco assado, prato tradicional de Natal nas Filipinas.

"Os funcionários da região de Bicol, em particular os implicados nos serviços de prevenção de catástrofes, trabalham 24 horas sobre 24, inclusive no dia de Natal, enquanto o tufão continua sendo uma ameaça para a região de Bicol", declarou em um comunicado Martin Andanar, porta-voz do presidente filipino, Rodrigo Duterte.

Em situações normais, milhões de filipinos viajam todo ano para o interior do país para passar as festas natalinas em família. É raro que haja tufões nessa época, que costumam acontecer entre julho e outubro.

Os cientistas estimam que a violência dos temporais nesses últimos anos se deve às mudanças climáticas.

Em novembro de 2013, 7.350 pessoas morreram ou foram dadas por desaparecidas durante a passagem do supertufão Haiyan.


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