Folha de S. Paulo


Em virada decisiva na guerra da Síria, regime diz ter reconquistado Aleppo

O Exército sírio afirmou nesta quinta-feira (22) que retomou a cidade de Aleppo em sua totalidade, na maior vitória do regime do ditador Bashar al-Assad nos quase seis anos de guerra civil.

"Graças ao sangue de nossos mártires e aos sacrifícios de nossas valorosas Forças Armadas, assim como as forças auxiliares e aliadas (...) o Estado-Maior das Forças Armadas anuncia o retorno da segurança em Aleppo depois de sua liberação do terrorismo e dos terroristas e da saída dos que ali permaneciam", diz a nota do Exército.

A retomada da cidade encerra quatro anos de domínio rebelde em algumas partes de Aleppo, especialmente no leste da cidade.

O principal bastião dos rebeldes caiu após um mês de intensos bombardeios conduzidos pelas forças de Assad, apoiadas por Rússia e Irã.

A retirada do último grupo de rebeldes e seus familiares era realizada nesta quinta, em um comboio de aproximadamente 150 pessoas.

De acordo com o porta-voz da ONU Farhan Haq, 34 mil pessoas foram retiradas de Aleppo desde 15 de dezembro.

Na parte oeste de Aleppo, dominada pelas forças do regime durante a guerra, houve fogos e festas de rua celebrando o anúncio, informaram testemunhas à agência Reuters.

O regime de Assad havia cercado durante meses a região leste, ocupada por rebeldes. Esse território foi bombardeado pela Rússia, destruindo a estrutura e impossibilitando o acesso a cuidados médicos ou alimentos.

A estratégia de cerco, considerada um crime de guerra, é utilizada também pela oposição armada na Síria.

Em controle desse território, o ditador poderá consolidar seu poder na chamada "Síria útil", que inclui também Damasco, Homs e a região costeira. É a área com a maior importância estratégica.

O regime deve tentar, agora, avançar nas regiões controladas pela oposição, como Idlib, a fronteira com a Turquia e Raqqa. Raqqa é atualmente a principal cidade síria em posse da facção terrorista Estado Islâmico.


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