As tropas do presidente da Síria Bashar al-Assad se aproximaram do último bolsão dominado por rebeldes em Aleppo nesta terça-feira (20). Enquanto isso, Rússia, Irã e Turquia disseram que estão prontos para ajudar em acordo de paz no país.
O exército sírio usou alto-falantes para emitir avisos aos rebeldes de que entrariam na área, e para avisá-los que deveriam agilizar a sua retirada da cidade.
O controle completo de Aleppo seria considerada uma grande vitória para o governo de Assad.
Ministros de Rússia, Irã e Turquia assinaram um documento chamado "Declaração de Moscou", no qual descrevem os princípios que qualquer acordo de paz deverá seguir. Em conversas na capital russa, eles também apoiaram a expansão do cessar-fogo no país.
"Irã, Rúsisa e Turquia já estão prontos para facilitar a escrita de um acordo que já está sendo negociado, entre governo sírio e oposição, e se tornar seus garantidores", disse a declaração.
A ação marca o crescimento dos laços entre Moscou, Teerã e Ancara, apesar do assassinato de um embaixador russo na Turquia nesta segunda-feira (19), e reflete o desejo do presidente Vladmir Putin de consolidar sua influência no Oriente Médio.
Rússia e Irã apoiam Assad, enquanto a Turquia apoiou alguns grupos rebeldes.
Na última semana, Putin afirmou que ele e o presidente russo Tayyip Erdogan estavam trabalhando para organizar uma série de negociações de paz na Síria, sem o envolvimento da ONU ou dos EUA.
O mediador da ONU na Síria, Staffan de Mistura, pretende convocar conversas de paz em Genebra no dia 8 de fevereiro.
RETIRADA
Na Síria, uma operação para retirar civis e rebeldes de Aleppo já levou mais de 35 mil pessoas, de acordo com o governo turco. Ministros da Rússia e da Turquia estimam que a operação se conclua dentro de dois dias.
Mas é difícil saber se esse objetivo é realista, dados os problemas que eles tiveram na retirada até agora, e o grande número de estimativas de quantas pessoas já foram levadas e quantas ainda permanecem no local. A Cruz Vermelha diz que até agora só foram movidas cerca de 25 mil pessoas.
Um oficial dos rebeldes falou à Reuters que, apesar dos milhares que foram retirados na segunda-feira, apenas metade dos civis que queriam partir já tinham saído. Rebeldes só deixariam o local uma vez que todos os civis que quisessem deixar a área já tivessem partido, disse o rebelde.
O acordo de cessar-fogo permite que rebeldes carreguem armas pequenas.
As estimativas de pessoas que esperam para ser evacuadas variam de poucos milhares a dezenas de milhares.