Folha de S. Paulo


Presidente filipino afirma que já matou para dar exemplo à polícia

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou nesta quarta-feira (14) que matou pessoalmente supostos criminosos quando era prefeito, com o objetivo de dar o exemplo à polícia.

Duterte fez o comentário em um discurso para empresários ao mencionar a campanha para erradicar o narcotráfico, uma operação que provocou a morte de milhares de pessoas desde que ele tomou posse como presidente em 30 de junho.

Ao citar as pessoas mortas pela polícia na atual guerra contra o narcotráfico, Duterte disse que havia liderado uma política similar quando era prefeito de Davao, a principal cidade do sul do país, que ele governou por duas décadas.

"Em Davao eu costumava fazer pessoalmente. Apenas para mostrar aos jovens (policiais) que se eu podia fazer, por que vocês não poderiam", afirmou Duterte em um discurso no palácio presidencial.

"Saía por Davao em uma motocicleta, com uma moto enorme ao lado, para patrulhar as ruas, e também procurando problemas. Realmente estava procurando um confronto para poder matar".

Duterte respondeu às críticas dos organismos de defesa dos direitos humanos e do presidente americano Barack Obama sobre sua brutal campanha contra o narcotráfico e afirmou que vai prosseguir com sua política.

"Se pensam que vou parar porque tenho medo dos grupos de direitos humanos e caras como Obama, desculpe, eu não vou fazer isto", disse.

As organizações de defesa dos direitos humanos acusaram Duterte de participar em esquadrões da morte que eliminaram mais de 1.000 pessoas em Davao. Duterte sempre oscilou entre o desmentido e a admissão de sua participação.

Desde que assumiu a presidência, a polícia informou que matou 2.086 pessoas em operações de combate às drogas. Outras 3.000 morreram em circunstâncias não esclarecidas, de acordo com o balanço oficial.

Chamada - Filipinas


Endereço da página:

Links no texto: